A recém-criada federação União Progressista, formada pelo PP e pelo União Brasil, enfrenta um significativo impasse político em São Paulo. A disputa pela liderança estadual envolve o deputado Mauricio Neves (PP) e o ex-presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), revelando tensões entre as siglas que formam a maior força do Congresso, com 109 deputados federais. O conflito ganhou destaque após uma nota divulgada por aliados de Neves, que reivindicaram a liderança, resposta que se seguiu a uma declaração oficial do União Brasil.
Em um comunicado amplamente divulgado, a assessoria de Mauricio Neves informou que o deputado assumiria a liderança da federação em São Paulo, organizaria viagens para o interior do estado e manteria as verbas partidárias separadas. Essa declaração, no entanto, foi posteriormente retirada após uma reação negativa e imediata do União Brasil, que publicou uma nota negando a indicação e afirmando o apoio a Milton Leite.
O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, deixou claro que “não confirma” a liderança de Neves e ratificou Milton Leite como a escolha do partido. Embora aliados do PP busquem uma solução negociada para a impasse, eles continuam a defender a candidatura de Neves, destacando sua importância na construção de acordos locais.
A federação, que foi formalizada em 29 de abril e agora conta com 109 deputados, 14 senadores, 6 governadores e 1.400 prefeitos, enfrenta sua primeira grande crise. Um modelo de rodízio na presidência nacional foi estabelecido para Antônio Rueda e Ciro Nogueira (PP), que compartilharão a liderança até dezembro, quando uma nova eleição irá definir o comando.
Durante a oficialização da federação, os líderes leram um manifesto que propõe um "choque de prosperidade", apoiando a ideia de "responsabilidade fiscal e social" e a modernização do Estado. Este documento enfatiza a necessidade de “consensos”, um apelo que contrasta fortemente com a disputa que ocorre em SP, sendo este o primeiro teste prático da união partidária.
Com ambições presidenciais já sinalizadas, a federação conta com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como um dos possíveis candidatos. Contudo, a crise em São Paulo ressalta os desafios da articulação nacional da aliança. Para manter sua coesão, é necessário que sejam resolvidos conflitos internos.
As lideranças nacionais terão um papel fundamental na mediação do conflito em São Paulo, visando evitar danos à imagem da federação. O desfecho desse impasse servirá como um termômetro importante para futuras disputas em outros estados, especialmente com a aproximação das convenções partidárias de 2026.
Dados | União Progressista |
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Deputados federais | 109 |
Senadores | 14 |
Governadores | 6 |
Duração do acordo | 4 anos |
*Fonte: Sites oficiais dos partidos*