O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta quarta-feira, 30 de abril, o procurador federal Gilberto Waller Júnior para presidir o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão, publicada no Diário Oficial da União, foi feita sem consulta ao ministro da Previdência, Carlos Lupi, do PDT, e resultou em desconforto entre os parlamentares do partido, que expressaram suas críticas publicamente.
Bacharel em Direito com especialização em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, Waller Júnior está no INSS desde 1998. Ele já ocupou diversos cargos relevantes, como o de corregedor-geral (2001-2004) e subprocurador-geral (2007-2008). Seu histórico inclui; ainda, atuação na Controladoria-Geral da União (CGU), onde foi ouvidor-geral de 2016 a 2019 e corregedor-geral de 2019 até 2023.
A escolha de Waller Júnior quebra um protocolo histórico de que o ministro da Previdência deve indicar o presidente do INSS. Fontes governamentais afirmam que esta ação foi tomada com o intuito de fortalecer o combate a irregularidades no INSS, especialmente em um momento em que surgiram denúncias de fraudes. Por outro lado, líderes do PDT consideram essa decisão uma afronta à autonomia da pasta, com o líder na Câmara, André Figueiredo, criticando publicamente a iniciativa.
Waller Júnior assume a presidência em um cenário desafiador, que inclui:
Assessores do Planalto ressaltam que a experiência de Waller Júnior como corregedor será um trunfo no enfrentamento dessas dificuldades.
A decisão de Lula ocorre em um contexto delicado para a base aliada. O PDT, que historicamente controla a Previdência, teme que essa ação indique uma perda de influência nas políticas setoriais importantes. Especialistas apontam que o episódio poderá reacender disputas internas por espaço dentro da coalizão governista.
O governo manifesta que a nomeação de Waller Júnior faz parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação do INSS, visando a eficiência operacional. Ao mesmo tempo, há uma tentativa de conciliar as relações com o PDT, com a promessa de diálogo sobre futuras indicações ministeriais.
“A nomeação é um sinal claro da necessidade de uma gestão mais eficaz e impessoal no INSS”, afirmam fontes ligadas ao governo.
Imagem: Novo presidente do INSS (Fonte: Portal Gov.br)