A Air India recebeu autorização temporária para estender as horas de serviço e os períodos de descanso de suas tripulações que atuam em rotas de longo curso. Essa medida foi anunciada em um memorando interno divulgado em 2 de maio de 2025, buscando mitigar os impactos do fechamento do espaço aéreo do Paquistão. Esse bloqueio afeta diretamente os voos da empresa para os Estados Unidos e outras rotas internacionais.
O Paquistão decidiu fechar seu espaço aéreo para companhias aéreas indianas como retaliação a um recente ataque contra turistas na Caxemira, que é administrada pela Índia. A medida forçou a Air India a adotar rotas alternativas, resultando em aumento no tempo de voo e maior consumo de combustível.
O regulador de aviação indiano, DGCA, permitiu que a Air India ampliasse o período máximo de serviço em voo para seus pilotos e comissários em trajetos de longo percurso. Esta flexibilização, que é válida por duas semanas a partir de 30 de abril, se aplica às aeronaves Airbus A350 e Boeing 787.
A companhia aérea estima que, se o bloqueio do espaço aéreo continuar, terá um aumento nos custos de até US$ 600 milhões anuais. Essa estimativa foi apresentada em uma carta ao Ministério da Aviação Civil em 27 de abril, onde a Air India também solicitou um subsídio proporcional às perdas decorrentes dessa situação. Os principais impactos incluem:
Fontes internas indicam que a autorização temporária pode preceder uma revisão permanente das normas de trabalho da tripulação, enquanto a Air India continua em negociações em busca de compensações governamentais.Embora a DGCA ainda não tenha se pronunciado oficialmente, a empresa espera evitar cancelamentos de voos, dada a urgência da situação.
O fechamento do espaço aéreo do Paquistão traz à tona um cenário semelhante ao de 2019, quando tensões na região levaram a desvios que custaram à indústria aérea global cerca de US$ 70 milhões por dia. Neste caso, o impacto tem se concentrado diretamente na Air India, que é a principal operadora de rotas transcontinentais do país.
Com a situação em andamento, a companhia deverá focar em ajustes operacionais, incluindo a redistribuição de tripulações e a otimização das escalas de voo, enquanto aguarda uma decisão sobre o pedido de subsídios, cuja resposta do governo indiano ainda é incerta.