China e EUA iniciam reunião sobre a Guerra Comercial em busca de soluções. Reprodução: Reuters
Entre os dias 9 e 12 de maio de 2025, os Estados Unidos e a China darão início a uma nova rodada de negociações comerciais em Genebra, com a intenção de discutir um cessar-fogo na guerra tarifária que tem causado sérios prejuízos às economias globais. O vice-premiê chinês, He Lifeng, liderará a delegação chinesa, enquanto os Estados Unidos será representado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo principal negociador comercial, Jamieson Greer.
Essa iniciativa vem em um momento crítico, após anos de tensões comerciais, características por tarifas extremas e retaliações que afetaram o comércio global e complicaram as cadeias de suprimentos. A presença de representantes de ambos os países na mesa de negociações é vista por analistas como um sinal positivo, já que um conflito prolongado entre as duas maiores economias do mundo acarretaria custos elevados para ambas as partes.
As conversas em Genebra ocorrerão em um ambiente de desconfiança mútua, com a China se posicionando de forma firme contra quaisquer pressões. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, enfatizou a determinação chinesa em lidar com as questões sob suas próprias condições. Por outro lado, a administração americana busca aliviar as tarifas que impactam não apenas a China, mas também parceiros comerciais, como a Suíça, que enfrenta tarifas de até 31% sobre seus produtos importados.
Embora Donald Trump, ex-presidente dos EUA, não esteja mais em posição de comando, sua influência ainda faz eco nas discussões atuais. A expectativa é que a negociação inicie um processo em que os EUA possam assegurar concessões da China sem abrir mão de suas exigências, incluindo reformas comerciais significativas e proteção da propriedade intelectual.
A guerra comercial entre as duas potências não apenas prejudicou suas economias, mas também provocou rupturas nas cadeias de suprimentos, gerando aumento de custos para consumidores e empresas e gerando incertezas nos mercados financeiros. Um cessar-fogo, mesmo que temporário, poderia servir para amenizar essas pressões e abrir caminho para negociações mais substanciais no futuro.
Contudo, analistas alertam que não se deve esperar um acordo comercial definitivo dessa rodada de negociações. O foco será evitar uma escalada maior e estabelecer um canal de diálogo que se mantenha aberto. Avanços em compromissos para evitar novas tarifas ou retaliações serão considerados um sucesso significativo neste contexto.
A reunião em Genebra é um marco importante para a economia global, onde a expectativa é de que possa contribuir para um cessar-fogo na longa guerra tarifária entre os países. Embora não haja expectativas para um acordo final, o simples fato de dialogar é essencial para reduzir as tensões que têm impactado o comércio mundial e pode levar a soluções mais favoráveis para ambas as partes.
A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa negociação, esperando que o "espírito de cooperação" mencionado pela presidente suíça, Karin Keller-Sutter, prevaleça durante as discussões.