A kombucha, um chá fermentado que está ganhando cada vez mais popularidade no Brasil, remonta ao ano 212 a.C. e é produzida a partir da fermentação do chá da Camellia sinensis. Nos últimos anos, com a crescente busca por alimentos funcionais, essa bebida se tornou um item essencial para aqueles que buscam melhorar sua saúde.
A nutricionista Gabriela Macedo Fraiz compartilha sua experiência: antes de incorporar a kombucha em sua dieta, ela enfrentava problemas como estufamento e má digestão. "Todo mundo começou a se sentir melhor dos sintomas gastrointestinais. Quando a gente faz a kombucha em casa, garante os benefícios reais da bebida", conta Gabriela.
Esses benefícios são respaldados por extensiva pesquisa na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde Gabriela estudou a kombucha por quatro anos. O trabalho, sob a coordenação do professor Frederico Augusto Ribeiro de Barros, é um dos mais referenciados mundialmente na área. Segundo Barros, a pesquisa revelou mais de 100 compostos fenólicos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. "Descobrimos que a kombucha não é apenas uma bebida, mas um potente aliado para a saúde", afirma o professor.
A professora Josefina Bressan, que também fez parte da pesquisa, enfatiza a importância dos alimentos ativos, como a kombucha, na saúde intestinal. Segundo ela, "cada vez que ingerimos um alimento ativo, o intestino se comunica com o cérebro, que aciona respostas para o resto do corpo. A kombucha pode ser o catalisador desse processo".
Além dos benefícios gerais, a kombucha também tem sido estudada por seus efeitos em pessoas com sobrepeso. Em um experimento, voluntários que consumiram 200 ml de kombucha diariamente por 10 semanas apresentaram resultados notáveis. A professora de história Stella, participante do estudo, relatou: "Meu colesterol ruim abaixou. Para o intestino, foi maravilhoso". No entanto, especialistas alertam que a kombucha não é uma solução milagrosa. Segundo Josefina, "é necessário manter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas. Não adianta tomar kombucha e continuar comendo mal".
O conhecimento sobre kombucha se expande por Minas Gerais, em especial com o projeto "Fermentamóvel", uma van que leva oficinas e palestras gratuitas sobre a produção da bebida a cidades menores como Coimbra, situada a 15 km de Viçosa. Durante as oficinas, os participantes aprendem que nem todo chá pode ser fermentado, e todo o processo começa com um cultivo de bactérias e leveduras conhecido como Scoby, que é fundamental para transformar o chá em kombucha, liberando seus compostos benéficos. Guilherme Martin, professor de microbiologia da UFV, explica: "É essa estrutura que transforma o chá em kombucha". Ao final das oficinas, o público fica ansioso para provar a bebida, destacando o impacto do projeto. "É uma forma de retribuir. Todo mundo investe na universidade com seus impostos. Então, é maravilhoso levar esses conhecimentos", conclui Martin.