A partir de 2 de junho, o governo dos Estados Unidos iniciará um processo inovador ao exigir que todas as aplicações para aposentadorias federais sejam feitas online. Essa mudança marca o fim de uma era em que os documentos eram processados em uma mina de sal transformada na Pensilvânia, um método considerado obsoleto e ineficiente por muitos, incluindo o bilionário Elon Musk.
No último anúncio da Administração de Pessoal dos Estados Unidos (OPM), a instituição afirmou que não aceitará mais documentos impressos a partir de 15 de julho, encerrando, assim, uma tradição burocrática de cinco décadas. Chuck Ezell, diretor interino da OPM, afirmou que essa transformação é um "passo transformador que honra o serviço dos funcionários federais", trazendo um sistema de aposentadoria adequado ao século XXI.
A mina, localizada a 70 metros de profundidade em Boyers, na Pensilvânia, abrigava mais de 400 milhões de registros acumulados em 26 mil arquivos. O processo de aposentadoria era demorado e dependia de um sistema de elevador, descrito como "insano" por Musk, que apontou que falhas nesse mecanismo atrapalhavam aposentadorias.
Musk, que agora chefia o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, se manifestou frequentemente contra o sistema antigo, considerando-o um símbolo de ineficiência. Segundo sua análise, o objetivo é "reduzir" a burocracia federal, compatibilizando-a com as necessidades atuais.
O processamento das aposentadorias sempre foi um gargalo nos serviços, atingindo um teto de cerca de 10 mil aplicações por mês. Em fevereiro, a OPM lançou um vídeo promocional demonstrando que, sob um desafio de digitalização, conseguiram processar uma aplicação em apenas dois dias, sem impressão de papel. A expectativa agora é que, com o novo sistema de Aplicação Online para Aposentadoria (ORA), o processo se torne mais rápido, preciso e menos oneroso para os contribuintes.
Entretanto, essa modernização pode trazer desafios. A mina de calcário, um legado da era da Guerra Fria que sustenta centenas de empregos na zona rural da Pensilvânia ocidental, enfrenta um futuro incerto. Informes de fontes sêniores da OPM indicaram que muitos trabalhadores estão temerosos de perder seus empregos, e que o fechamento da mina poderia impactar severamente a economia local. Não houve resposta imediata da OPM sobre os questionamentos feitos fora do horário de expediente.