Barcelona - A crise profunda no Consell per la República, entidade criada em 2018 pelo ex-presidente Carles Puigdemont, se intensificou com a renúncia de mais de 13 delegados territoriais, que acusam a nova liderança de Jordi Domingo de "irregularidades e más práticas". Os resignantes, além de criticar a falta de um "plano de governo", afirmam que a nova direção não representa os ideais do independentismo.
Em um comunicado oficial, a atual liderança reconheceu as demissões, mas observou que muitos dos que saíram estavam a serviço de candidaturas derrotadas nas últimas eleições internas. Este movimento inclui várias saídas de membros de comitês e juntas diretoras locais, refletindo uma desconfiguração manifesta da entidade que defende a independência e o republicanismo.
Cidades como Barcelona, além de regiões como Segrià e Baix Camp, foram impactadas pelas renúncias, levando os membros a se manifestarem em conjunto, expressando que estão cansados de reclamar sobre as irregularidades sem serem ouvidos, sendo tratados com autoritarismo e falta de transparência.
Os demissionários do Consell refutam a ideia de que suas saídas são fruto de uma derrota mal digerida nas eleições internas, reafirmando que a decisão é uma resposta a ações que desfiguram a entidade. "Não queremos ser cúmplices da degeneração do Consell", afirmaram.
A gestão atual, sob a liderança de Domingo, anunciou que iniciará em breve processos para preencher as lacunas nos órgãos locais, assim como um plano de governo que busca efetivar a independência. A nota divulgada enfatiza a preservação da integridade do projeto diante de qualquer tentativa de interferência externa.
A situação atual do Consell é uma continuação de um processo de desestabilização que começou com a saída de Puigdemont da liderança no outono passado. Antes dessa mudança, ele e Lluís Llach tiveram desentendimentos sobre como o partido Junts deveria lidar com negociações políticas, especialmente no que tange à investidura de Pedro Sánchez em 2023.
Em fevereiro, após a retirada de Puigdemont, um polêmico processo eleitoral interno resultou na vitória de Jordi Domingo contra a ativista Montserrat Duran e o ex-conselheiro Toni Comín, que também levantou dúvidas sobre a regularidade do pleito e apontou o uso inadequado de recursos do Consell.