Falta de Avisos e suas Consequências
Um novo relatório da Guarda Civil destaca a falta de avisos da Confederacao Hidrográfica do Júcar (CHJ) durante momentos cruciais da cheia do barranco do Poyo, que resultou em 192 das 228 mortes registradas nas inundações de 29 de outubro na província de Valencia. O documento foi entregue à juíza Nuria Ruiz Tobarra, que conduz a investigação penal sobre o desastre.
Cronologia das Falhas
A cronologia enviada pela Guarda Civil observa que, apesar do aumento exponencial do nível de água entre as 16h15 e 18h43 — quando o caudal atingiu 1.686,8 metros cúbicos por segundo —, não houve comunicação adequada sobre a elevação crítica dos níveis. "É alarmante notar a aparente falta de controle das autoridades sobre o dispositivo de registro do barranco em um momento crítico", aponta o relatório.
Contrapontos e Divergências
Estas considerações contrastam com um relatório apresentado pela CHJ, que sustentou ter enviado 18 e-mails entre 16h13 e 18h43, alertando sobre o aumento das chuvas. A juíza afirmou anteriormente que a equipe responsável pela emergência não pode alegar desconhecimento das condições climáticas devido ao acesso ao Sistema Automático de Informações Hidrológicas (SAIH), uma ferramenta que poderia ter permitido uma melhor reação ao desastre.
Dados e Alertas Ignorados
A Guarda Civil ainda ressalta que as informações fornecidas pelo SAIH deveriam ter sido comunicadas em tempo real para que o Centro de Coordenação e Emergência pudesse gerenciar eficazmente a situação. O relatório também menciona que a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) não enviou informações de precipitação em tempo real que poderiam ter ajudado a entender a gravidade da situação.
Responsabilidade da Generalitat
A Generalitat Valenciana, sob a liderança de Carlos Mazón, aponta a responsabilidade à CHJ pela falta de alertas adequados sobre o risco iminente de transbordamento. O conselheiro de Meio Ambiente, Vicente Martínez Mus, reforçou que o documento da Guarda Civil legitima a postura da administração, que justificou o envio tardio de mensagens de alerta à população só após 20h11.
Implicações Finais
A análise das chamadas feitas ao 112 durante a cheia revela que os primeiros avisos de cidadãos sobre o ocorrido chegaram antes da comunicação oficial. Contudo, parece que essas informações não foram devidamente consideradas, o que levanta sérias preocupações em relação ao gerenciamento de emergências. O relatório da Guarda Civil conclui que a situação grave pela qual a província passou não foi adequadamente reportada, deixando a entender que as instituições de emergência falharam em sua função de proteger os cidadãos.