O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma sua estratégia de estreitar laços com a China, considerando o país como um parceiro comercial vital e um aliado na consolidação do Sul Global. Em um cenário de crescente rivalidade geopolítica, a China se destaca como um ator confiável para acordos que beneficiem ambas as nações, enquanto os Estados Unidos, outrora vistos como parceiros preferenciais, geram incerteza na relação.
Nesta terça-feira (13), durante uma visita de Estado a Pequim, o presidente chinês Xi Jinping recebeu Lula, reforçando a inovação nas relações Brasil-China. O encontro resultou na anunciada intenção de investimentos chineses no Brasil, totalizando R$ 27 bilhões. Desde a última década, a China avançou de 14ª para a 5ª posição em investimentos diretos no Brasil, o que sinaliza a intensificação desse relacionamento.
Lula expressou sua intenção de colaborar com a China em questões críticas, como a crise climática e a defesa do multilateralismo, temas que, aliás, encontram resistência na administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Para intensificar a importância de sua missão diplomática, Lula é acompanhado pela primeira-dama Janja, doze ministros e cerca de duzentos empresários brasileiros, o que demonstra o interesse em construir uma ponte mais robusta entre Brasil e China.
Entretanto, o Brasil não está abandonando seus laços com os Estados Unidos, que ainda são considerados um parceiro estratégico. No entanto, até o momento, não houve sinais claros de um estreitamento das relações entre as nações. O presidente Xi Jinping, por sua vez, aproveita a atual situação para fortalecer os vínculos com o Brasil e outros países latino-americanos, participando simultaneamente do Fórum China-Celac, que reúne presidentes da região, como Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile), com o intuito de expandir a influência chinesa na América Latina.