A recente escalada de conflitos entre Paquistão e Índia chamou a atenção da China, que tem utilizado o país vizinho como um campo teste para suas tecnologias militares. Esse movimento ocorre em um cenário de tensões crescentes entre a China e a Índia, dois gigantes da Ásia. Analistas de defesa indicam que, ao apoiar militarmente o Paquistão, a China está assistindo de perto a performance de seu armamento em combate real.
Durante os confrontos recentes, registros mostram que a Índia utilizou armamentos de origem israelense e ocidental, enquanto o Paquistão respondeu com jets e mísseis fabricados na China. "Esses conflitos proporcionam uma rara oportunidade para a China observar e testar suas tecnologias militares em um ambiente de combate real," afirma Sajjan M. Gohel, diretor de segurança internacional da Asia-Pacific Foundation em Londres. Em eventos dessa natureza, a China está adquirindo inteligência valiosa sobre como suas armas se comportam diante dos equipamentos ocidentais.
As forças armadas da Índia relataram ter realizado ataques em resposta a ações de grupos militantes, enquanto o Paquistão retaliou com os jatos J-10C e os mísseis P-15, ambos de fabricação chinesa. O Paquistão reivindicou ter abatido aeronaves indianas, incluindo caças franceses Rafale, embora essas alegações permaneçam sem verificação independente. A performance de novos equipamentos em combate pode ter impactos significativos nas tabelas de condição dos sistemas de defesa e ataque da China.
Analistas sugerem que a China está utilizando sua rede de satélites espiões e bases militares na região para monitorar as interações entre os dois países. Daniel Byman, do Center for Strategic and International Studies, aponta que a China está atenta a diversas variáveis – desde a eficácia de seus sistemas até as táticas utilizadas pela Índia. Informações obtidas deste confronto poderão levar a ajustes em suas tecnologias e estratégias futuras.
China e Paquistão têm uma relação militar que vai além de simples transações comerciais. Esta parceria é fundamentada em uma visão estratégica, especialmente num contexto onde o Ocidente intensifica laços com a Índia. Gohel afirma que, à medida que Estados Unidos fortalecem suas alianças na região, a China provavelmente continuará a fortalecer sua própria aliança com o Paquistão.
O cessar-fogo recentemente mediado pelos Estados Unidos traz alívio temporário, mas o aprendizado contínuo que a China extrai dos conflitos entre Índia e Paquistão moldará a modernização de suas forças armadas. "As lições desse conflito poderão ser diretamente integradas no treinamento e na modernização do Exército Popular de Libertação da China, especialmente no que se refere à Índia, que é vista como um competidor estratégico a longo prazo," conclui Gohel.