Um casal que desafiou a idade e se aventurou na famosa Quilotoa Loop, um trekking de 22 milhas no Equador, revela sua experiência única ao longo de três dias.
A autora, Louisa Rogers, e seu marido decidiram enfrentar a trilha de alta elevação nos Andes equatorianos após serem inspirados por um amigo que já havia completado o percurso. O trek, com um ganho de elevação de 7.100 pés, é conhecido por suas desafiadoras subidas e deslumbrantes vistas, culminando a uma altitude de 13.000 pés no cume de um lago em cratera.
Antes da caminhada, o casal dedicou dois dias para se aclimatar à altitude em Quito e, em seguida, contratou um Uber para levar os dois até o albergue em Sigchos. Durante a estadia, notaram que a maioria das pessoas que encontravam eram innkeepers, pastores e agricultores, acostumados ao intenso trabalho físico em altitudes elevadas. Após um reconfortante jantar caseiro, o casal se preparou psicologicamente para a jornada que os aguardava.
No primeiro dia, a rotina começou cedo, com saídas antes das 7 da manhã após um farto café da manhã. Apesar das distâncias parecerem curtas, o terreno irregular e a altitude exigiram um cuidado especial nas subidas, considerando os desafios de saúde do casal. Louisa lida com problemas em seu tornozelo devido a uma cirurgia, e seu marido, Barry, ainda se recupera dos efeitos da quimioterapia. A adaptação à altitude foi gradual, mas muito necessária.
À medida que avançavam pela trilha, os obstáculos se apresentaram. Um grande deslizamento de terra inesperado forçou o casal a voltar e buscar um caminho alternativo. Após cruzar um riacho, chegaram à vila de Isinlivi só após horas de caminhada em um esforço intenso, que os deixou exaustos.
Os albergues ao longo do caminho, porém, foram um alívio. O primeiro alojamento em Isinlivi se destacou pela hospitalidade e conforto, como se fosse um hotel boutique. Relaxar nas aulas de ioga e nas saunas ajudou o casal a rejuvenescer após os esforços da trilha. Para o deleite de Barry, o proprietário ofereceu uma acomodação ainda mais luxuosa, mas Louisa optou pela continuidade da jornada.
No terceiro e último dia de trekking, o casal encarou a subida mais exigente, acumulando 3.650 pés até a borda do lago. Apesar da beleza estonteante que se descortinava nas profundezas da caldeira, acabaram perdendo a direção, resultando em ainda mais cansaço e uma inesperada chuva. Entretanto, foram bem tratados na vila de Quilotoa, onde puderam se aquecer com uma sopa lentilha e um fogo acolhedor.
Embora desafiador, a caminhada foi uma experiência rica e mística. O deslumbramento com a beleza natural — vales profundos, pastagens verdes e a presença de lhamas — encheu Louisa de um sentimento de renovação e possibilidade. Ao retornar às suas rotinas em nível do mar, a lembrança dos pastores e fazendeiros endurecidos pela vida em altitude serviu de motivação para estabelecer novos padrões de superação pessoal.
Tal aventura reforçou a convicção de Louisa de que, mesmo na terceira idade, ainda é possível conquistar grandes feitos e redescobrir o próprio potencial.