Consumidores europeus mostram resistência a marcas dos EUA, impulsionados por tarifas e sentimento anti-americano.; Reprodução: Business Insider
A tensão entre consumidores europeus e marcas norte-americanas cresce, acionada por tarifas e um aumento no sentimento antiamericano. Desde a anunciada elevação de tarifas pelo ex-presidente Donald Trump, a resistência a produtos dos EUA se intensificou na Europa, com muitos consumidores optando por alternativas locais.
Recentemente, aplicativos como o Brandsnap, criado por empreendedores holandeses, têm ajudado consumidores a identificar produtos de origem europeia, incentivando uma compra mais consciente. Com mais de 14.000 downloads, a ferramenta cresceu em popularidade após o aumento das tarifas, evidenciando que ações políticas podem moldar as decisões de compra. O cofundador Xander Kanon afirmou: "Não estamos tentando iniciar uma guerra comercial, apenas queremos que as pessoas saibam onde seu dinheiro está indo".
Na França, o engenheiro de computação Sacha Montel lançou um app chamado Detrumpify Yourself, que visa revelar a propriedade americana por trás de marcas cotidianas, como Lu e Milka. Montel vê isso como uma forma de protesto simbólico contra as políticas econômicas de Trump. Por outro lado, a empresa dinamarquesa Salling Group implementou um selo negro em seus produtos para destacar as opções europeias, respondendo a pedidos de consumidores que desejam apoiar a produção local.
O impacto nas vendas dos EUA é evidente. A Tesla, por exemplo, teve uma queda de 42% nas vendas na Europa no início do ano, enquanto a McDonald's relatou uma redução de 1% em vendas globais, citando um aumento na hostilidade contra marcas americanas. Além disso, a cervejaria dinamarquesa Carlsberg observou uma queda nas vendas de Coca-Cola, um produto que engarrafam no país, evidenciando a tendência de boicote em relação aos produtos americanos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública revelou que 62% dos entrevistados apoiam boicotes a marcas dos EUA, com resultados similiares em outros países europeus. Um relatório do Banco Central Europeu sugere que este sentimento pode sinalizar uma mudança estrutural nas preferências dos consumidores europeus em relação aos produtos americanos.
Apesar da crescente resistência, alguns analistas acreditam que boicotes na Europa raramente resultam em mudanças significativas nas vendas, argumentando que as tendências de comportamento do consumidor podem ser mais limitadas do que as percepções públicas indicam. Contudo, a crescente aversão a marcas americanas pode forçar uma reavaliação do comércio transatlântico e das preferências culturais e econômicas, desafiando os padrões tradicionais de consumo.