Carla, uma mulher de 49 anos, casada e mãe de dois filhos, tem se tornado uma figura conhecida nas ruas de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Sua singularidade vem de um passeio inusitado: ela carrega uma boneca reborn, que se assemelha a um recém-nascido, em suas caminhadas diárias. A paixão por essas bonecas, conhecidas por serem réplicas hiper-realistas, faz com que ela não se importe com os olhares curiosos ou até críticos.
“Levo justamente para ver a reação das pessoas. E, quando perguntam, aproveito para divulgar a arte”, conta Carla, que já percebeu que a recepção do público pode ser variada. Em uma de suas experiências, um homem lhe criticou, sugerindo que ela deveria adotar uma criança em vez de gastar dinheiro com bonecas. Carla, no entanto, retrucou: “Mas eu respondi: o dinheiro é seu?”.
A coleção de bonecas reborn de Carla começou há algum tempo, quando ela viu sua primeira boneca pela internet e decidiu realizar seu desejo de infância. O nome dela é Julia Sofhia e custou R$ 1.300. Desde então, sua coleção tem crescido com a adição de outras bonecas, como Maria Helena. Com um sorriso, Carla compartilha que já está pagando as parcelas das duas e que em breve adquirirá a terceira.
Para Carla, a experiência de passear com a boneca é mais do que uma simples paixão; é uma forma de arte que ela deseja compartilhar com o mundo. A interação com as pessoas a motiva a continuar esse hobby, mesmo diante de críticas. Ela acredita que a arte deve ser vivida e compartilhada, e cada passeio é uma oportunidade de mostrar o que ama.
As bonecas reborn despertam emoções e curiosidade não apenas em Carla, mas em todos que cruzam seu caminho. Elas representam uma forma única de expressão e conexão, transformando a experiência cotidiana de uma mulher comum em uma prática artísticas que reverbera no espaço público, desafia normas sociais e inspira reflexões sobre o que é considerado 'normal'.
A jornada de Carla nos leva a refletir sobre a liberdade de expressão no mundo contemporâneo e como a arte pode se manifestar de maneiras inesperadas, desafiando nosso entendimento sobre interações sociais e o que realmente significa ter uma paixão.”}}]}},{