A família Boghici, reconhecida na cena artística brasileira, está no centro de uma polêmica que envolve milhões e acusações graves de envolvimento com o crime organizado. A investigação, conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, resultou em revelações sobre Geneviève Boghici, viúva do renomado colecionador de arte Jean Boghici, e Jhonnatha Schimitd Yanowich, um empresário investigado por lavagem de dinheiro relacionado ao Comando Vermelho.
O escândalo começou quando Geneviève acusou sua filha, Sabine Boghici, de aplicar um golpe de R$ 725 milhões envolvendo a venda de obras de arte do acervo do pai. Sabine faleceu em 2023 antes de ser julgada, deixando perguntas sem resposta e um mistério cada vez mais profundo sobre a fortuna familiar.
Enquanto a investigação da Polícia Civil desvendava um esquema de armas e drogas, Yanowich foi apontado como um dos principais suspeitos de atuar como operador do tráfico. A relação financeira dele com Geneviève ficou evidente quando depósitos milionários foram rastreados, com transferências que ultrapassaram R$ 18 milhões entre abril e maio de 2021. Yanowich alegou se tratar de uma comissão pela venda de uma obra, mas nunca apresentou provas desse negócio, aumentando as dúvidas sobre sua real intenção.
Jean Boghici, que passou a maior parte de sua vida no Brasil, é lembrado não só por sua paixão pela arte, mas também pela elegante coleção que deixou. Obras renomadas, incluindo artistas como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, foram parte do seu acervo e, supostamente, do esquema de fraude iniciado por sua filha. A história da família começou a se desdobrar quando Geneviève registrou uma ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, alegando que Sabine a mantinha em cárcere privado e a extorquia com promessas de tratamento espiritual.
A operação policial que desvendou parte desse esquema, chamada de Operação Sol Poente, resultou na apreensão de algumas obras valiosas. No entanto, apenas vinte por cento das pinturas furtadas conseguiram ser recuperadas, o que levou à constatação de que a família Boghici, outrora símbolo da arte no Brasil, agora se viu envolta em um mar de incertezas e acusações.
O atual papel de Geneviève na investigação e as alegações sobre sua ligação com o crime organizado têm gerado debates acalorados. À medida que novos detalhes emergem, a expectativa é que mais informações sobre a verdadeira extensão das transações e o impacto que teve na carreira de Jean Boghici venham à tona, revelando a complexidade da história da família e seu legado no mundo das artes.