O Estado do Rio de Janeiro se destaca pela sua eficiência na reciclagem de embalagens de vidro, superando a média nacional com 29,99% em 2024, em comparação aos 25,1% registrados em todo o Brasil, conforme aponta o relatório da Circula Vidro. Esta entidade, responsável pela gestão de resíduos de embalagens de vidro no país, atribui a alta taxa de reciclagem a fatores como a ampla rede de coleta seletiva e a proximidade de indústrias que processam o material.
O vidro, que é 100% reciclável, possui a capacidade de ser reutilizado quantas vezes forem necessárias sem perder suas propriedades. Este ciclo de reaproveitamento é vital, visto que a reciclagem de cada seis toneladas de vidro evita a emissão de uma tonelada de CO2, responsável por contribuir significativamente para o efeito estufa e, consequentemente, ao aquecimento global. Os dados que sustentam essa afirmação são rigorosamente auditados e validados pelo Ministério do Meio Ambiente.
Outro ponto a ser destacado é que a presença de fábricas no estado, como as localizadas em Campo Grande e São Cristóvão, facilita o transporte das embalagens. O CEO da Circula Vidro, Fábio Ferreira, menciona que "o fato de o Rio ser um cartão-postal do Brasil também contribui, atraindo ações de sustentabilidade e conscientização ambiental, além do nível de escolaridade da população".
A gestão de resíduos de vidro é uma tarefa desafiadora, principalmente no que se refere ao transporte do material pós-consumo. A proximidade das fábricas de reciclagem ao consumidor reduz consideravelmente os custos logísticos, além de permitir que o estado se mantenha à frente na reciclagem de vidro em comparação a outros estados brasileiros.
O processo de reciclagem do vidro envolve a compra do material das cooperativas, que são responsáveis pela triagem. Após a coleta, o vidro é triturado e limpo, respeitando os protocolos necessários, para ser transformado em uma massa semelhante à areia. Esta massa é então derretida em fornos que operam continuamente e, ao ser resfriada, torna-se a matéria-prima para novos recipientes e embalagens.
A meta nacional estabelece que até 2030 a reciclagem de embalagens de vidro deve alcançar, no mínimo, 40%. Apesar do progresso já registrado, o Brasil ainda está longe dos padrões de reciclagem da Europa, onde alguns países superam 50%. A Circula Vidro traça planos ambiciosos para aprimorar o sistema, enfatizando a necessidade de expandir a infraestrutura de reciclagem, especialmente a logística do transporte.
Para garantir a eficácia da reciclagem, é necessário que a população atenda a algumas recomendações simples, como a separação correta dos resíduos. É fundamental que o lixo seco não se misture com o material orgânico, que pode inviabilizar o processo de reciclagem. Além disso, deve-se estar atento aos dias e horários da coleta seletiva e proteger os materiais de vidro descartados para evitar acidentes com catadores.