A proposta de redução da jornada semanal para 37,5 horas está gerando controvérsias no setor de distribuição alimentar da Espanha. Asedas, a maior associação empresarial que representa mais de 340.000 trabalhadores incluindo empresas como Mercadona, Dia e Lidl, manifestou sua firme oposição ao projeto legislativo em andamento no Congresso dos Deputados.
Em uma declaração transmitida por seu presidente, Josep Antoni Durán i Lleida, a associação expressou seu descontentamento em uma carta enviada à Ministra de Trabalho, Yolanda Díaz, uma das principais criadoras da iniciativa. Durán i Lleida solicitou apoio a todos os grupos parlamentares para emendas que visem barrar a proposta, alegando que o projeto é inadequado e ignora as complexidades do setor.
Durante sua correspondência, Durán i Lleida salientou a falta de diálogo com os representantes empresariais, o que dificultou a apresentação de um contraponto às razões apresentadas pelo governo. Ele criticou também os relatórios utilizados para embasar o projeto, os quais, segundo ele, retratam uma realidade distorcida e não representam a realidade socioeconômica do setor de distribuição.
"É essencial reconhecer o serviço prestado pela nossa indústria, nossos horários extensos de funcionamento, e a flexibilidade necessária para atender às demandas dos clientes", afirmou. Para Durán i Lleida, a redução da jornada vai impactar não apenas os trabalhadores, mas também as empresas, os clientes, fornecedores e a sociedade como um todo, pois poderá gerar aumentos de custos.
A discussão sobre este tema ganhou força após o conselho de ministros ter aprovado o envio do projeto de lei ao Congresso em 6 de maio. A proposta, que suscitou polêmica, também inclui mudanças no controle da jornada de trabalho, e atualmente está em fase de emendas até o dia 26 de maio.
Apenas o partido Junts per Catalunya se manifestou a favor de apresentar uma emenda completa, considerando a proposta um ataque a autônomos e pequenas empresas. Yolanda Díaz convocou negociações com a referida formação.
Por fim, é importante ressaltar que empresas como Dia já adotaram reduções de jornada em novos acordos coletivos, estabelecendo um marco temporal para a implementação de tais mudanças.
Sobre a autoria:
Javier García Ropero, redator especializado em economia e distribuição, traz uma análise fundamentada sobre o tema, baseado em sua experiência no setor e suas publicações nos principais meios de comunicação da Espanha.