Nos últimos quatro anos, as denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Acre aumentaram de forma alarmante, quadruplicando conforme os dados da plataforma Disque 100, mantida pelo Ministério dos Direitos Humanos. O número de registros subiu de 22 em 2020 para 90 em 2024, marcando um impressionante aumento de 309%.
O ano de 2023 registrou o pico, com 95 denúncias, enquanto em 2021 totalizaram 42 e em 2022, 71. No cenário nacional, o aumento das denúncias foi de 195%, totalizando mais de 18,8 mil casos apenas no ano passado.
Estatísticas assustadoras indicam que, no Brasil, 13 crianças e adolescentes são vítimas de algum tipo de violência sexual, física ou psicológica a cada hora. No Acre, a realidade não é diferente e reforça a urgência da luta contra esse problema. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que ocorre neste domingo (18), é uma ocasião vital para elevar a conscientização sobre essa complexa questão social.
Em 2025, a data marca a 25ª mobilização do 18 de Maio, instituída pela Lei Federal 9.970/00, para honrar a memória da menina Araceli Crespo, sequestrada e assassinada em 1973 em Vitória (ES). O mês de maio também é conhecido como Maio Laranja, uma campanha que visa alertar e conscientizar sobre o abuso infantil. Instituições estão se mobilizando para promover palestras e eventos educacionais a fim de aumentar a visibilidade sobre o tema.
A conselheira tutelar de Rio Branco, Doraline Souto, destacou a importância das orientações em escolas para conscientizar os alunos sobre o problema do abuso sexual. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, ela afirmou que, desde 2000, a campanha do 18 de maio vem ganhando força e relevância, com atividades que ajudam a demonstrar o esforço conjunto de órgãos de proteção à infância.
Igor Ramon, conselheiro tutelar, também ressaltou que a conscientização se dá através de parcerias com o poder judiciário e as esferas estadual e municipal. Ele enfatizou que muitos casos de abuso são cometidos por pessoas próximas da vítima, como familiares e amigos, tornando ainda mais crucial a necessidade de proteger as crianças e adolescentes.
A Polícia Militar disponibiliza diversos números para que as vítimas possam pedir ajuda: (68) 99609-3901, (68) 99611-3224, (68) 99610-4372 e (68) 99614-2935. Além disso, recomenda-se procurar o Disque 100 para denúncias anônimas e confidenciais sobre violações de direitos humanos.
Outras formas de denúncia incluem ligar para a Polícia Militar (190) em situações de risco imediato ou ao Samu (192) para emergências. O funcionamento de delegacias especializadas no atendimento a crianças ou mulheres e de órgãos como a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) e o Ministério da Justiça são igualmente essenciais para o combate contra o abuso e a exploração sexual infantil.
A luta contra o abuso infantil exige um compromisso social constante. Com a conscientização e a colaboração de diferentes setores, é possível criar um ambiente mais seguro e protegido para nossas crianças, garantindo seus direitos e bem-estar.