A colheita do café conilon no Espírito Santo, que começou oficialmente nesta semana, traz uma onda de otimismo entre os produtores. Com o Brasil se destacando como o segundo maior exportador deste tipo de café no mundo, e o estado capixaba responsável por 70% da produção nacional, as expectativas são altas. A recente alta nos preços e a previsão de safra recorde são fatores que animam os agricultores da região.
Entre os produtores, está Edson Costalonga Filho, da região de Timbuí em Fundão, que, após anos de perdas significativas devido a temperaturas elevadas, acredita que nesta safra os resultados serão melhores. "Com certeza, é um dos melhores anos, principalmente em relação ao preço. O clima ajudou muito, com chuvas favoráveis desde a florada", afirmou.
A cotação do café conilon, em 2025, atingiu um recorde histórico, superando R$ 2 mil por saca durante quatro meses. Neste momento, a saca de 60 quilos está sendo comercializada por cerca de R$ 1.500, um valor considerado bastante atrativo. Para Enio Bergoli, secretário de Agricultura do Espírito Santo, essa arrecadação oferece uma oportunidade única para que os produtores invistam na modernização das lavouras. Ele enfatiza a importância de renovar os cultivos, adotando novas tecnologias para aumentar a produtividade.
"Os produtores devem aproveitar este momento de preços altos e rentabilidade para modernizar suas lavouras. É o momento para investir em sistemas de irrigação mais eficientes, que utilizem menos água e energia", destacou Bergoli. Essas melhorias visam garantir a competitividade do parque cafeeiro capixaba em um mercado que pode, em breve, se tornar desafiador.
A expectativa é que, ao renovar as lavouras, os produtores consigam enfrentar futuras oscilações nos preços e, mesmo com situações adversas, mantenham a rentabilidade. Isso é crucial já que, em algum momento, os preços podem se estabilizar, tornando essencial o planejamento e a atualização das técnicas de cultivo.
O cenário também se torna favorável para o mercado exportador. Embora notícias sobre taxações globais tenham gerado preocupações em relação ao encarecimento das exportações brasileiras, a realidade foi diferente. Outros países produtores sofreram mais com a taxação, proporcionando ao Brasil um espaço ampliado no mercado internacional. Clientes de países como Indonésia e Espanha, que até então não compravam do Brasil, estão visitando as lavouras capixabas e conhecendo os produtos locais.
"E eles estiveram aqui visitando a gente, não só as nossas lavouras, mas diversas outras ao longo do estado. É um momento de grande expectativa para a cafeicultura do Espírito Santo", finalizou Edson Costalonga Filho, destacando a importância dessa nova oportunidade no mercado cafeeiro.