Nilson Pedro dos Santos, um caminhoneiro de 37 anos, será julgado nesta segunda-feira (19) na 2ª Vara Plenário do Tribunal do Júri de Curitiba. Ele responde a acusações graves, incluindo 16 tentativas de homicídio qualificado, além de conduzir veículo sob efeito de drogas e álcool e trafegar em alta velocidade em áreas com grande movimentação de pessoas.
O caso remonta a janeiro de 2023, quando Nilson foi preso após causar uma série de acidentes na BR-376, envolvendo 18 veículos diferentes e resultando na derrubada de garrafas de cerveja ao longo da rodovia. De acordo com o Ministério Público (MP), as colisões ocorreram durante uma viagem que se estendia por mais de 100 km entre Ponta Grossa e Curitiba.
No dia 13 de janeiro, Nilson carregou seu caminhão com quase 16 toneladas em Embú, SP, e, ao chegar em Ponta Grossa, começou a consumir bebidas alcoólicas e cocaína. Na manhã do dia seguinte, 14 de janeiro, ele saiu de Ponta Grossa às 6h30 e, logo depois, derrubou uma parte de sua carga na rodovia, espalhando cacos de vidro e engradados na pista.
A partir das 7h40, o caminhoneiro iniciou uma série de colisões com outros veículos. O impacto resultou em capotamentos e diversas pessoas ficaram feridas. A situação chegou ao fim quando a polícia abordou Nilson na Cidade Industrial de Curitiba, onde foi detido em flagrante.
A defesa de Nilson destacou que está empenhada em esclarecer todos os fatos que cercam o caso e expressou confiança na imparcialidade do Tribunal do Júri. Em nota, eles afirmaram que todos os elementos que serão apresentados durante o julgamento demonstrarão a falta de intenção de causar dano, enfatizando que o motorista estava sob um forte estado de estafa.
Na detenção, Nilson fez o teste do bafômetro, que confirmou a presença de álcool. Além disso, uma quantidade de cocaína foi encontrada em sua posse e um laudo pericial indicou a presença de cocaína e substâncias relacionadas em seu organismo. Especialistas apontaram que, apesar de um episódio de psicose transitória, o motorista tinha plena capacidade de entender suas ações no momento da condução.
O julgamento de Nilson, marcado para a tarde desta segunda-feira, promete trazer à tona não só os detalhes das ocorrências trágicas, mas também a discussão sobre as responsabilidades e as consequências do uso de substâncias durante a condução de veículos pesados. Com um cenário repleto de testemunhas e evidências, a expectativa é que os jurados conduzam um veredicto reflexivo sobre o caso.