Iracemápolis, interior de São Paulo, passará por um aumento significativo de 37% nas tarifas de água e esgoto a partir de julho de 2025, o maior reajuste previsto na região. O valor mínimo para residências que consomem até 10 metros cúbicos será elevado de R$ 33 para R$ 45, enquanto os estabelecimentos comerciais terão tarifas mínimas de R$ 57 e as empresas, R$ 64. A tarifa social, com 50% de desconto para pessoas em situação de vulnerabilidade, também sofrerá alteração, passando a R$ 22,90.
A decisão sobre o reajuste foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento Ares-PCJ e é resultado de uma análise técnica que leva em conta melhorias nos serviços e investimentos nas estações de tratamento. Contudo, muitos moradores expressam descontentamento com a qualidade do serviço prestado, apontando problemas como falta d'água e água amarelada, o que gera preocupação no município com três estações de tratamento, sendo que apenas uma está em operação.
Aumento das tarifas e insatisfação popular
O Departamento de Água e Esgoto (DAE) argumenta que o aumento é necessário para cobrir os custos operacionais e investimentos em infraestrutura. O diretor do DAE, William Mantz, explicou que "o que nós estamos passando hoje é uma revisão tarifária, não um reajuste de inflação". Além do aumento nas tarifas de água e esgoto, serviços como reparos e religação terão seus custos elevados, com a multa por corte no fornecimento de água incrementada de R$ 26 para R$ 112.
Estações de Tratamento e suas dificuldades
Em relação às estações de tratamento, a cidade enfrenta sérias dificuldades: de um total de três unidades, apenas uma se encontra em funcionamento, enquanto outra está parada devido a problemas em sua construção, investigados pelo Ministério Público. A terceira estação aguarda um ajuste contratual para sua finalização, que deveria ocorrer em junho de 2024, segundo informações do DAE. Neste contexto, a capacidade de tratamento de água deve quase dobrar, passando de 80 para 120 metros cúbicos por segundo quando todas estiverem operacionais.
Queixas da população
Moradores relataram problemas significativos decorrentes da qualidade da água. Rosa Maria Frasson Penteado, dona de casa, compartilhou que a baixa pressão da água no bairro José Modenez resultou na quebra de sua máquina de lavar. "Ela não tem força pra encher porque a água tá muito fraca", lamentou. Rosa também mencionou a coloração amarelada da água que sai da torneira, levando-a a optar pela compra de água em galões para consumo, apesar do alto custo mensal pelo serviço.