Grupo apedreja casa de comerciante após intento de assalto em Mococa, SP.; Reprodução: Globo
Após reagir a uma tentativa de assalto em sua mercearia, o comerciante Paulo Pradexes de Alencar vive sob constante medo. Na quinta-feira (15), quando dois suspeitos armados invadiram seu estabelecimento em Mococa, São Paulo, Paulo conseguiu se defender, resultando na morte de um dos assaltantes e ferimentos em outro. Porém, o que deveria ser um final tranquilo se transformou em um pesadelo, já que, no dia seguinte, sua casa e comércio foram apedrejados por um grupo de pessoas.
O ataque, ocorrido na sexta-feira (16), deixou Paulo e sua família em estado de alerta. O veículo de sua cunhada também foi danificado, e o medo de retaliação tomou conta do comerciante. "Eu tô trabalhando com grade fechada aqui. A gente fica com medo deles voltarem e nunca pode baixar a retaguarda. A única coisa que eu quero é poder trabalhar tranquilo", desabafou ao g1.
A Polícia Civil investiga o apedrejamento como uma forma de coação no curso do processo e dano. Há suspeitas de que dois parentes do assaltante morto estejam envolvidos no ataque. O comerciante possuía a arma utilizada na defesa de forma legal, e a polícia já considerou a ação como legítima defesa.
Segundo Paulo, o assalto durou cerca de um minuto e meio. Durante a ação, os assaltantes ameaçaram sua esposa, que estava no caixa, e o comerciante ao ouvir os gritos foi até o local armado. Ele atirou contra os suspeitos, que tentavam roubar o dinheiro do caixa, totalizando cerca de R$ 250. "Não é uma coisa para divertir, é de segurança, de último caso. Na hora que eu vi ele com a arma apontada para a cabeça dela e pedindo dinheiro, eu não tive outra reação em tentar defender ela", contou.
O temor após o ataque foi intensificado quando clientes informaram que um grupo estaria planejando reprisar a ação. "Eu achei que não ia vir nada, mas infelizmente veio. A minha cunhada me ligou desesperada e escutava a barulheira. A situação foi realmente alarmante", lembrou.
Devido à situação, a família de Paulo decidiu fechar o estabelecimento por três dias enquanto aguardava um aumento nas rondas da Polícia Militar na região. Mesmo com a intensificação da presença policial, Paulo e sua família consideram mudar de local devido à constante sensação de insegurança. Uma vaquinha virtual foi iniciada para ajudar a recuperar os danos sofridos em decorrência do ataque.
O caso acende um debate sobre segurança e a legítima defesa em situações de roubo, ressaltando o impacto emocional que essa situação provoca em comerciantes tentadores de manter seus empreendimentos seguros.