Estudo identifica três padrões distintos de orgasmo feminino: vulcão, onda e avalanche.; Reprodução: Globo
Um novo estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine revela a identificação de três tipos de orgasmo feminino, nomeados de vulcão, onda e avalanche. A pesquisa, realizada com o uso de vibradores de biofeedback, classifica esses padrões de orgasmo com base nos ritmos de contração do assoalho pélvico, que diferem totalmente dos tradicionais orgasmos clitoriano e vaginal. Os dados mostram que a maioria das mulheres experimenta apenas um desses padrões.
Em 2017, a fabricante de vibradores Lioness já havia proposto essa classificação, mas a pesquisa mais recente validou essas descrições. Na investigação, 54 mulheres foram convidadas a usar os vibradores, permitindo a coleta de dados durante suas masturbações. Os resultados evidenciaram diferentes estilos de orgasmo feminino.
Os vibradores utilizados eram equipados com sensores que mediram pressão, temperatura, além de um giroscópio e um acelerômetro, transmitindo as informações a um servidor via bluetooth. As participantes foram orientadas a se estimular até atingir o orgasmo, desligando o aparelho apenas dois minutos após o clímax. Esse método possibilitou que os pesquisadores determinassem precisamente a ocorrência de cada orgasmo, assim como as variações nas contrações do assoalho pélvico que os acompanhavam.
Os pesquisadores alertam que esses padrões não devem ser confundidos com os tipos de orgasmo baseados em técnicas de estimulação, como o clitoriano ou vaginal. Um padrão de orgasmo refere-se a um ritmo específico das contrações do assoalho pélvico durante o clímax.
Pesquisas anteriores já sugeriam que os movimentos rítmicos do assoalho pélvico são indicadores confiáveis para monitorar orgasmos. O estudo identificou assim três padrões distintos:
Caracterizado por uma breve explosão de contrações pélvicas, precedido por um ritmo acelerado de tensão e relaxamento do assoalho pélvico, uma usuária descreveu a sensação da onda da seguinte forma: "Parece que estou no oceano, com as ondas se movendo sem parar".
Este tipo é marcado por tensões ascendentes crescentes do assoalho pélvico. De acordo com uma usuária da Lioness, "quase todos os músculos do meu corpo ficam tensos enquanto o prazer se intensifica bastante, e então há uma grande liberação. Eu sei que acabou quando consigo relaxar".
Uma avalanche é caracterizada por contrações basais mais elevadas que são mantidas durante a autoestimulação, com um perfil de contração descendente durante e após o orgasmo. Uma participante explicou: "Meu corpo começa a tremer e, de repente, eu explodo em um orgasmo. Meu corpo estala e tem espasmos repetidamente até que finalmente começa a se acalmar antes de deixar meus músculos descansarem".
Entre as mulheres pesquisadas, o tipo mais comum de orgasmo foi a onda, com 26 participantes relatando esse padrão. Em seguida, veio a avalanche, com 17 mulheres, e por último, o vulcão, reportado por 11. Um dado curioso é que as mulheres parecem experimentar apenas um tipo de orgasmo, ou seja, uma mulher que tem um orgasmo do tipo vulcão não necessariamente terá um de avalanche. Retornos dos pesquisadores indicam que, até o momento, não foi registrado um caso de alguém que apresentasse múltiplos padrões de orgasmo ao longo dos anos.
Os autores do estudo, juntamente com os fabricantes de vibradores, acreditam que mais padrões podem existir e que novas pesquisas sobre o tema são fundamentais para ampliar o entendimento sobre as experiências sexuais femininas.