Governo do Japão implementa nova lei para nomeação de crianças, limitando nomes incomuns. Reprodução: Globo
O Japão está prestes a implementar uma nova lei que restringe nomes infantis considerados "kirakira", conhecidos por suas pronúncias incomuns de kanji e influências da cultura pop. Essa legislação entra em vigor em 26 de maio de 2025 e visa proteger o bem-estar das crianças e simplificar os processos administrativos relacionados ao registro de nomes.
A emenda à Lei do Registro Familiar, aprovada pelo governo japonês, exige que os pais informem a pronúncia fonética dos nomes no ato do registro, permitindo apenas leituras oficialmente reconhecidas dos caracteres utilizados. Essa decisão surge em resposta a décadas de debates sobre nomes que podem causar constrangimentos aos seus portadores, como o caso do famoso Pikachu, além de nomes como Akuma, que significa demônio, e Ōjisama, que pode ser traduzido como príncipe.
A nova legislação busca não apenas proteger as crianças de possíveis dificuldades sociais e escolares, mas também reduzir confusões em instituições públicas, como escolas e hospitais, que lidam com nomes de leitura ambígua ou incomum. As autoridades esperam que isso minimize os problemas enfrentados por crianças com nomes exóticos.
Pesquisadores notam que o aumento de nomes únicos e criativos no Japão está ligado a uma mudança cultural mais ampla, que valoriza a individualidade e a autoexpressão. Contudo, os pais que desejarem registrar nomes com pronúncias não convencionais terão que apresentar justificativas por escrito, deixando a decisão final nas mãos das autoridades locais, que podem rejeitar nomes considerados excêntricos ou potencialmente prejudiciais.
Essa legislação representa uma mudança significativa no sistema de registro familiar japonês, o koseki, e reflete a contínua tensão entre tradições culturais e as novas influências modernas que permeiam a sociedade japonesa atual.
Com a implementação dessa lei, o Japão busca equilibrar a inovação na escolha de nomes com a necessidade de manter padrões que garantam a proteção e o bem-estar de suas crianças.