Fhillip da Silva Gregório, o Professor, foi encontrado morto após intenso envolvimento com drogas e armamento. Legenda da imagem. Reprodução: Globo
A morte de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como "Professor" e chefe do tráfico na Fazendinha, Complexo do Alemão, chocou o Rio de Janeiro. Com apenas 37 anos, ele acumulou 65 anotações criminais e era considerado uma figura central no fornecimento de armas para o Comando Vermelho. O falecimento, resultado de um tiro, aconteceu na presença de uma amante, e foi constatado em uma unidade médica para onde foi levado.
As horas que antecederam sua morte foram marcadas por uma mistura perigosa de uísque, antidepressivos e energético. Segundo informações da Polícia Civil, Fhillip participou de um baile na comunidade entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, onde ingeriu bebidas alcoólicas, apesar do uso de remédios controlados. Na manhã seguinte, ele se dirigiu a uma casa na favela, onde, já sem dormir, teria cometido suicídio por volta das 21h.
Vaidoso e controlador, Fhillip fazia parte do terceiro escalão do Comando Vermelho. Sua influência se estendia a outros países da América do Sul, onde era responsável pela aquisição de armamentos. Em troca da exclusividade no comércio de armas, a facção o nomeou chefe da Fazendinha, uma posição que lhe conferia grande poder dentro da organização criminosa.
Recentemente, Fhillip lutava contra problemas de sobrepeso e estava em tratamento para emagrecimento. Informações policiais indicam que ele havia realizado procedimentos estéticos, o que reflete seu desejo de manter uma imagem imponente. Sua morte aconteceu diante de uma testemunha, uma mulher com quem mantenha um relacionamento extraconjugal e com quem teve uma filha. Após ser atingido por tiros, ele foi levado à Unidade de Ponto Atendimento de Del Castilho, onde foi declarado morto.
Com um histórico criminal impressionante, Fhillip era responsável pela coordenação do tráfico de armamentos que chegavam do Paraguai, Bolívia e Colômbia. Em 2012, ele foi preso com comprovantes de depósitos bancários destinados a traficantes, e em 2015, detido pela Polícia Federal com cerca de cem quilos de cocaína. Após evadir-se do sistema penitenciário em 2018, ele permaneceu foragido até sua morte.
A situação de Fhillip da Silva Gregório levanta questões sobre a complexidade do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, abordando não apenas a violência, mas também os fatores psicológicos, que podem levar a tragédias como a sua.