Praticar esportes em grupo fortalece laços e reduz ansiedade, promovendo uma vida saudável. Reprodução: O Globo
Os grupos sociais desempenham um papel crucial na saúde mental e no bem-estar humano, como salientou o renomado psicólogo Henri Wallon. Sua perspectiva sobre o desenvolvimento integral do ser humano destaca a importância da conexão social, que vai além das interações superficiais. Estar inserido em um grupo não é apenas um desejo, mas uma necessidade psicológica que influencia positivamente hábitos de saúde e a prática de exercícios.
Wallon, que ficou conhecido por sua teoria psicogenética, enfatizava que a biologia, a emoção e o ambiente social estão interligados. Desde o nascimento, o ser humano depende de outros para sua sobrevivência, estabelecendo laços emocionais que formam a base do pertencimento, um conceito que se reflete nas relações sociais ao longo da vida. Essa busca por pertencimento é uma característica arraigada, reforçada por teorias como a hierarquia de necessidades de Maslow, onde a conexão social surge logo após as necessidades básicas.
Participar de um grupo pode proporcionar suporte emocional, criando um espaço onde experiências são compartilhadas, contribuindo para o fortalecimento da autoestima e a diminuição do isolamento. Os grupos exercem uma influência significativa no comportamento das pessoas, encorajando a adoção de hábitos saudáveis, como a prática rotineira de exercícios físicos. Entretanto, é importante notar que os grupos também podem conduzir a padrões comportamentais menos saudáveis, como o consumo excessivo de álcool em ambientes sociais.
Quando focados em hábitos positivos, os grupos geram um ambiente que reduz o estresse e a ansiedade, aumentando a liberação de hormônios como a ocitocina e a dopamina — ambas ligadas ao bem-estar. Essas substâncias são catalisadoras para o aumento da serotonina, resultando em uma “festa de hormônios do bem” que pode diminuir o risco de depressão e aumentar a longevidade.
A prática esportiva, por sua vez, é indubitavelmente estimulada pela sensação de pertencimento. Academias voltadas exclusivamente para mulheres e grupos de corrida têm mostrado como o ambiente social propicia conforto e motivação, atraindo cada vez mais adeptos. Treinar em grupo, seja em aulas coletivas ou entre amigos, fomenta um clima de apoio mútuo, onde a pressão positiva ajuda a manter a consistência, por não se querer "ficar para trás".
Estudos indicam que pessoas que se exercitam em grupos têm uma taxa de abandono até 26% menor em comparação àquelas que treinam sozinhas. Além disso, a interação social durante as atividades físicas pode reduzir os sintomas de ansiedade e depressão em até 20%, conforme pesquisas na área da psicologia esportiva. O apoio mútuo dentro do grupo não só promove a confiança na busca por objetivos físicos, como também estimula trocas de conquistas e desafios que são fundamentais para a motivação.
Assim, independentemente de qual grupo você se identifique ou qual esporte pratique, é vital que você se sinta confortável e motivado em seu ambiente. Se perceber que sua tribo não está alinhada com seus objetivos, talvez seja hora de considerar novos laços e conexões!