Sundar Pichai demonstra vibe coding enquanto constrói uma página web com ferramentas de IA. Reprodução: Business Insider
O CEO do Google, Sundar Pichai, surpreende ao revelar sua experiência com vibe coding, uma técnica que combina IA e programação para desenvolver aplicativos de forma casual. Durante uma apresentação na Bloomberg Tech, em San Francisco, ele expressou seu entusiasmo, afirmando: "Desejo poder fazer mais". Essa abordagem permite que desenvolvedores utilizem ferramentas como Cursor e Replit para criar páginas web personalizadas de maneira simples e intuitiva.
Segundo Pichai, o aplicativo que está construindo ainda está em fase de desenvolvimento, mas a ideia por trás do vibe coding, descrita originalmente pelo cofundador da OpenAI, Andrej Karpathy, representa uma nova era no desenvolvimento de software. Karpathy argumenta que essa técnica permite que os desenvolvedores "mergulhem nas vibrações" e esqueçam da complexidade do código.
A ascensão do vibe coding está mudando a percepção sobre a programação. Muitos engenheiros se questionam sobre suas funções a longo prazo, enquanto investidores discutem a necessidade de habilidades técnicas entre os fundadores de startups. Gigantes da tecnologia, como a Amazon, também estão adotando essa nova filosofia. Recentemente, a empresa iniciou conversações para implementar o Cursor entre seus colaboradores, visando aumentar a produtividade no trabalho.
Curiosamente, até pessoas sem formação técnica têm se beneficiado do vibe coding. Uma designer de produtos da Block, sem experiência formal em engenharia, criou um aplicativo de identificação de cães em apenas dois meses, demonstrando como essa nova abordagem facilita a criação de aplicativos.
Pichai destacou a facilidade com que é possível programar hoje em dia, comparando ao passado distante da codificação: "É empolgante ver como agora tudo é feito de forma tão casual". Ele considera um privilégio ser desenvolvedor neste momento.
Em uma reflexão sobre o futuro dos engenheiros de software na era das ferramentas de programação assistida por IA, Pichai afirmou que, por mais que as ferramentas de IA possam facilitar as tarefas, os desenvolvedores ainda são essenciais. "Acredito que ainda precisamos dos engenheiros de software", concluiu. Essa ideia ressoa entre vários líderes tecnológicos, que reconhecem que a IA não substituirá os desenvolvedores, mas transformará o formato do trabalho, enfatizando uma colaboração mais criativa e fluida entre humanos e máquinas.
Varun Mohan, CEO da Windsurf, destacou que com a IA assumindo tarefas repetitivas, os desenvolvedores terão mais liberdade para se concentrarem em ideias inovadoras, testando hipóteses e buscando feedback dos usuários — etapas que podem melhorar significativamente um produto.
Outros CEOs do setor têm expressado preocupações sobre o futuro da profissão de engenharia. Sam Altman, da OpenAI, mencionou que a demanda por engenheiros de software pode eventualmente diminuir. Ele prevê que o processo de deslocamento de empregos impulsionado pela IA ocorrerá de forma gradual, "vazando pela economia" de maneira sutil, mas rápida em algum momento. Altman alertou que a necessidade de engenheiros pode não ser a mesma no futuro, sugerindo que cada engenheiro pode precisar, a princípio, produzir muito mais antes que a demanda realmente comece a cair.