Decisão Judicial Proíbe Influenciadores em Londrina
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) obteve uma liminar que proíbe influenciadores digitais e empresas de Londrina de produzirem conteúdos envolvendo crianças e adolescentes sem autorização judicial. Essa decisão surge em meio a uma investigação que começou em abril, após denúncias relacionadas a publicações com conteúdos sensíveis e inadequados para menores, incluindo temas como violência e sexualização.
Motivos da Proibição
A investigação se intensificou após relatos de conteúdos audiovisual que abordavam situações prejudiciais, como consumo de bebidas alcoólicas, uso de armas e outras temáticas nocivas. A promotora Fabiana Pimenta Soares destacou que a proibição inclui gravações feitas fora de Londrina, mantendo a responsabilidade sobre o bem-estar dos menores, independentemente do local de gravação.
Consequências da Violação
A nova regulamentação estabelece uma multa de R$ 20 mil para cada publicação que desobedecer a determinação da Justiça. Além disso, a promotora deixou claro que qualquer violação, mesmo fora do município, será tratada com seriedade, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Conteúdos Inadequados Identificados
Durante a investigação, foi constatada a produção de conteúdos que poderiam afetar a saúde mental e o desenvolvimento das crianças e adolescentes, como vídeos que estimulavam comportamentos inadequados, como afogamentos, relações físicas inapropriadas e exposição a situações de violência. Esses conteúdos visavam o entretenimento de um público infantojuvenil, mas os temas abordados eram considerados impróprios.
Ações em Defesa dos Direitos Infantis
Antes de recorrer à liminar, o MP já havia firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com outros influenciadores, visando garantir o cumprimento das normativas que protegem a participação de crianças em produções artísticas. A intenção é respeitar os direitos das crianças e assegurar que não sejam expostas a ambientes nocivos durante a realização de trabalhos audiovisuais.
Perspectiva e Fiscalização
A promotora ressaltou a importância de realizar uma fiscalização rigorosa nas plataformas de redes sociais onde esses conteúdos são disseminados. Ao longo da investigação, o MP não recebeu respostas claras sobre se os responsáveis pelas crianças estavam sendo remunerados. Entretanto, a ausência de parentesco entre os menores e os influenciadores foi confirmada. O MP busca garantir um ambiente seguro e saudável para as crianças que atuam como atores mirins, evitando, assim, a configuração do trabalho infantil e a exposição indevida.
"Havendo a utilização de criança ou adolescente para fim comercial, é necessária autorização judicial para garantir que não estão sendo expostos a riscos," afirmou a promotora.