Em meio a revelações sobre manipulação de jogos e apostas no futebol, Edilson Pereira de Carvalho, ex-árbitro envolvido no escândalo da máfia do apito que completou 20 anos, fez críticas contundentes ao destino de jogadores como Lucas Paquetá, do West Ham, e Bruno Henrique, do Flamengo.
Edilson, que foi banido do futebol após admitir ter manipulado partidas do Campeonato Brasileiro de 2005, destacou as semelhanças entre seu caso e os atuais escândalos, observando que, enquanto ele tinha o apito nas mãos, os jogadores têm a chuteira. "Eu acho até pior", afirmou em entrevista ao Portal iG. Ele exortou as autoridades a punirem jogadores famosos envolvimentos com apostas, argumentando que as consequências não devem ser limitadas a atletas menos conhecidos.
Atualmente vivendo como entregador em Taubaté, São Paulo, Edilson compartilhou como sua vida mudou radicalmente após o escândalo. "Minha imagem era péssima", lamentou ao contar que perdeu vários empregos ao ser reconhecido. O ex-árbitro também se declarou angustiado por dívidas, incluindo uma cobrança de R$ 348 mil da Federação Paulista de Futebol por danos morais, e expressou arrependimento das escolhas financeiras que fez na época.
Durante a discussão sobre sua nova vida, Edilson confessou que não tem interesse em retornar ao mundo do futebol, mesmo para palestras, por conta da vergonha do seu passado: "Que exemplo? Com a m***a que eu fiz, vou dar palestras?"
No entanto, ele também trouxe à tona a falta de punição para atletas renomados envolvidos em escândalos de apostas, levantando a questão: "Por que Paquetá e Bruno Henrique não foram banidos?" Ele indicou que deveria haver igualdade nas punições, independente do status ou fama do jogador. Para Edilson, a impunidade desses jogadores seria um mau exemplo para o esporte.
A indagação que fica é se a dificuldade em manipular resultados aumentou com a introdução do VAR no futebol, uma inovação que ele reconhece como um avanço: "Hoje é mais difícil por causa do VAR", disse, refletindo sobre como as coisas mudaram desde sua época no apito. Para finalizar, ele expressou seu desejo de que jogadores como Paquetá fossem punidos, não só por justiça, mas também para servir de exemplo a outros que possam se envolver em fraudes e apostas ilegais.
A reportagem do iG tentou entrar em contato com Paquetá e Bruno Henrique para que se manifestassem sobre as acusações, mas até o momento não obteve resposta.
Link do artigo original: iG Esporte