A Comissão Especial de Inquérito (CEI) de Bauru rejeitou um pedido de acareação entre a denunciante Damaris Pavan e Andréa Storolli, ex-assessora da prefeita. A decisão, tomada nesta quarta-feira (25), se baseou na constatação de fragilidades nos depoimentos, mas a comissão não encontrou justificativa para o confronto direto entre as versões apresentadas. Apesar da rejeição, a CEI decidiu solicitar à Polícia Civil a investigação sobre possível falso testemunho por parte de Storolli, após surgirem contradições sobre seu envolvimento político e conhecimento de doações do Fundo Social.
O depoimento de Andréa Storolli gerou desconfiança quando ela negou estar filiada a qualquer partido, apesar de ter sido candidata pelo Partido Progressistas no ano anterior. Além disso, a ex-assessora alegou não saber que a tia da prefeita havia retirado cestas básicas do Fundo Social, o que foi contradito por um áudio enviado à denunciante. O vereador Sandro Bussola (MDB), presidente da CEI, em entrevista à TV TEM, esclareceu que o foco da comissão é apurar as doações do fundo. Segundo ele, como as duas envolvidas não são servidoras públicas, cabe à Polícia Civil investigar as alegações de falso testemunho.
O andamento da investigação inclui a análise de diversas testemunhas, e a CEI também aguarda um relatório final que pode ser divulgado nesta sexta-feira (27). O vereador Bussola disse que todos os membros da comissão já foram ouvidos e que estão em constante acompanhamento sobre a situação.
A Receita Federal informou à CEI sobre doações que totalizam cerca de R$ 1 milhão em bens à prefeitura nos últimos quatro anos, incluindo centenas de celulares e eletrodomésticos. O relator da CEI, André Madonado (PP), destacou a falta de controle sobre a destinação destes bens, explicando: "Tem o registro de entrada, mas não o de saída". A vereadora Estela Almagro (PT) também expressou preocupação sobre a destinação de 449 celulares doados, avaliados em R$ 320 mil, enfatizando a importância de investigar o paradeiro dos aparelhos para evitar crimes de prevaricação.
O vereador Sandro Bussola reforçou que a fiscalização das doações é uma responsabilidade de todos os vereadores da Câmara Municipal, e não apenas dos membros da CEI, lembrando que os problemas relacionados ao controle de doações não são novos e já perduram desde a gestão anterior. Uma solicitação foi encaminhada à Prefeitura para esclarecer sobre a destinação desses equipamentos, demonstrando a intenção da comissão de atuar com total transparência.