A renomada obra "O Mágico de Oz", estrelada por Judy Garland, será apresentada em uma exibição especial neste verão na Sphere, um inovador espaço de entretenimento em Las Vegas. Essa adaptação para um formato imersivo não está isenta de controvérsias, especialmente entre os amantes do cinema e especialistas em conservação, que questionam o uso de tecnologias avançadas para modificar filmes clássicos.
Logo após sua abertura com a banda U2, a Sphere se lança agora na colaboração com a Warner Bros. para dar uma nova roupagem ao clássico cinematográfico, utilizando Inteligência Artificial (IA) para adaptar os visuais da obra ao grandioso telão da arena. Jim Dolan, CEO da Sphere Entertainment, afirmou em entrevista que a parceria com o Google Cloud foi fundamental. "A potência da IA generativa, unida à expertise da Google, está nos permitindo realizar algo extraordinário", comentou.
Entretanto, este movimento levantou preocupações sobre como a IA pode ser utilizada na preservação e adaptação de filmes icônicos. Especialistas receiam que a intervenção nos filmes da MGM, sob a propriedade da Warner Bros. Discovery, possa levar a alterações indesejadas, como em performances de Judy Garland. Carolyn Blackwood, responsável pela Sphere Studios, esclareceu que a IA será empregada apenas para aprimorar a qualidade visual, sem modificar a essência das vozes originais. "Os vocais de Garland permanecerão intactos", garantiu.
Paul Freeman, artista de áudio principal da Sphere, acrescentou que o objetivo é proporcionar uma experiência imersiva única. Ele destacou que, ao ouvir "Somewhere Over the Rainbow", os espectadores poderão sentir uma nova dimensão da performance, como nunca antes. "É a versão perfeita de 'Somewhere Over the Rainbow'", declarou.
Com a estreia marcada para 28 de agosto, a exibição de "O Mágico de Oz" na Sphere levanta um debate relevante: o uso da tecnologia para renovar clássicos do cinema preserva sua essência ou abre portas para alterações excessivas que desfiguram o que torna essas obras tão queridas? A expectativa é alta e o caminho, incerto, à medida que a indústria explora as possibilidades da IA na reinterpretação do cinema clássico.
A indústria cinematográfica está constantemente em evolução. Enquanto a Sphere e a Warner Bros. testam os limites da tecnologia, os entusiastas do cinema aguardam ansiosamente para ver como isso influenciará não apenas a percepção do filme, mas do legado do próprio cinema.
