Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27), revelaram que o Vale do Paraíba e a região bragantina abrigam mais de 680 mil migrantes oriundos de outros estados. O número total de pessoas que nasceram fora da região e atualmente residem nela é de 683.756, representando um aumento de aproximadamente 10% em relação a 2010, quando eram 619.559 migrantes.
Entretanto, apesar do crescimento absoluto dos migrantes, a proporção desses moradores dentro da população total da região apresentou uma queda. Passou de 24% em 2010 para 23% em 2022, indicando que, embora mais pessoas tenham se mudado para a região, elas representam uma fatia menor do total de habitantes.
Esses números não são um caso isolado no estado de São Paulo. Os dados também mostram uma mudança significativa em todo o estado, que, pela primeira vez desde 1991, registrou mais saídas do que entradas de moradores vindos de outros estados. Entre 2017 e 2022, São Paulo perdeu 89,5 mil habitantes, enquanto o Rio de Janeiro também enfrentou uma fuga populacional, com 165,3 mil pessoas deixando o estado. Essa reversão no padrão migratório é considerada inédita e afeta a dinâmica demográfica dos principais centros urbanos do Sudeste.
Com isso, a população do estado de São Paulo agora é estimada em 44,4 milhões, enquanto o Rio de Janeiro conta com cerca de 16 milhões de habitantes. Se os dados de 2010 mostravam um fluxo positivo de migração para esses estados, o cenário atual indica uma nova tendência, onde em média, 49 moradores por dia deixaram São Paulo e 91 pessoas por dia deixaram o Rio entre 2017 e 2022.
Essas mudanças demográficas têm implicações significativas para a política e planejamento urbano nas áreas afetadas. A diminuição da proporção de migrantes na população do Vale do Paraíba pode sugerir uma estabilização econômica ou a presença de alternativas atraentes em outras regiões do país.