Um Milagre na Borda da Morte
Ederson Scheffer da Silva, de 20 anos, viveu uma experiência aterradora ao escapar por milímetros da morte. O jovem foi atingido no peito por um pino metálico disparado acidentalmente por uma ferramenta pneumática enquanto trabalhava na instalação de um forro de madeira em Passo de Torres, Santa Catarina. "Eu não morri por pouco. Parou no meu peito. Mais uns 4 milímetros e não tinha o que fazer. Nasci de novo praticamente, porque foi um milagre mesmo", relatou Ederson, refletindo sobre a gravidade do acidente.
O Acidente e suas Causas
O disparo ocorreu quando Ederson entregou o pinador pneumático a um colega. A ferramenta, que deveria ter uma trava de segurança, estava com o mecanismo desativado — uma prática perigosa adotada por trabalhadores na tentativa de agilizar o serviço. "Foi a primeira vez que a gente tirou a trava. Não deu muito tempo e aconteceu isso. Tem que deixar a segurança dela, né? Se tem aquilo ali, é por um motivo", reconheceu o jovem. Ele ainda se considera sortudo por não ter sido atingido por mais pinos durante o acidente.
Emergência e Cirurgia Arriscada
Após o disparo, Ederson foi rapidamente levado ao hospital, onde um raio-X confirmou a gravidade da situação: o pino perfurou o esterno e estava perigosamente próximo do coração. A transferência para um hospital especializado em cardiologia em Sombrio foi imediata, onde passou por uma cirurgia de emergência. O cirurgião cardiologista Américo Kitawara comentou: "Se ele tivesse sido deixado em sala de avaliação, não teria história bonitinha pra contar do Ederson".
O Desfecho e a Recuperação
A cirurgia, que durou cerca de três horas e meia, foi realizada com o coração de Ederson ainda batendo. Uma decisão arriscada, mas necessária nas circunstâncias. Kitawara compartilhou a tensão do momento: "Tava um silêncio mortal na sala depois que finalizou, e o menino estava estável. A medicação de pressão já estava regularizada. Daí, cara, foi uma alegria absurda". Uma semana após a cirurgia, Ederson já estava em casa, lidando com a cicatriz no peito e a enorme preocupação da família aliviada.
Reflexões e Agradecimentos
"Na hora o cara acha 'ah, não, é coisinha'. Depois vai pensando... podia já nem estar mais aqui", desabafou Eliseu Macedo, pai do jovem. Esta experiência ressaltou não apenas a fragilidade da vida, mas também a importância de procedimentos de segurança em ambientes de trabalho, para evitar tragédias semelhantes no futuro.