Condenação Após Uma Década de Espera
O homem acusado de matar Lucileia Aparecida da Silva Garcia, de 30 anos, foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado em São Miguel Arcanjo, São Paulo, nesta terça-feira (29). O julgamento, que durou mais de 10 horas, foi um momento aguardado pela família da vítima, que esperou uma década pela Justiça. O réu, que respondia ao processo em liberdade, foi preso ao final da sessão.
Circunstâncias do Crime
Lucileia foi morta em novembro de 2014, e seu corpo foi encontrado em um terreno de construção com perfurações nas costas e no pescoço. O promotor Gabriel Careta do Carmo detalhou que a condenação ocorreu por homicídio duplamente qualificado, levando em conta as agravantes, como o uso de meio cruel e o recurso que dificultou a defesa da vítima, que teve as mãos amarradas durante o crime.
Impacto na Família
O irmão de Lucileia, que na época do crime tinha apenas 11 anos, expressou seu alívio após a sentença: "Um momento que esperamos durante longos 10 anos. Uma dor que só quem passou sabe. Mas hoje nosso coração está em paz. Justiça foi feita". A família descreve a angústia e dor vividas ao longo desta década, um sentimento que permanece até hoje.
Julgamento Secreto
O júri ocorreu na Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo e foi fechado ao público devido à natureza do processo, que corre em segredo de Justiça. O g1 não conseguiu entrar em contato com a defesa do réu sobre os detalhes do julgamento.
Homicídio ou Feminicídio?
Um ponto debatido neste caso é a classificação do crime. O homicídio foi registrado como tal porque o feminicídio, que se refere ao assassinato de mulheres por questões de gênero, só começou a ser considerado pela Justiça uma ano após a morte de Lucileia. A Lei 13.104/15, conhecida como Lei do Feminicídio, completou dez anos em março de 2023 e tem se tornado um importante referencial para a punição de crimes de violência contra a mulher.
Relembrando o Caso
Lucileia foi encontrada sem vida em 19 de novembro de 2014, com o corpo reconhecido pelo ex-marido. A polícia, que começou a investigação após o marido ter relatado seu desaparecimento, descartou a possibilidade de estupro por conta das condições em que o corpo foi encontrado. O caso destacou a necessidade de melhorias nos sistemas legais para garantir que crimes contra mulheres sejam devidamente avaliados e punidos.