Os investidores estão descontentes com as recentes atualizações sobre tarifas após semanas de otimismo nas negociações comerciais. No dia 1º de agosto, o presidente Donald Trump assinou uma nova lista de tarifas, afirmando que era "tarde demais" para as nações evitarem os encargos. Como resultado, os principais índices do mercado financeiro caíram, refletindo a preocupação crescente entre os empresários.
Os índices apresentaram queda significativa na última sexta-feira, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro também caíram. Após a divulgação de um relatório de emprego norte-americano que ficou abaixo das expectativas, o mercado assinalou um descontentamento crescente. Em julho, foram adicionados apenas 73 mil empregos, bem abaixo da previsão de 100 mil, conforme os dados do Bureau of Labor Statistics. Os rendimentos dos títulos de dez anos caíram 10 pontos base para 4,25%, recalibrando as expectativas para cortes nas taxas em setembro.
Em suas declarações, Trump explicou que permanecerá firme no prazo de 1º de agosto para as negociações tarifárias, o que chamou de "GRANDE DIA PARA A AMÉRICA" em uma postagem na rede social Truth Social. As tarifas impostas variam de 10% a 41%, afetando importações significativas. Além disso, produtos que são transacionados entre nações antes de chegarem aos EUA enfrentarão uma tarifa extra de 40%. Algumas nações, como Taiwan, Índia e Malásia, tiveram suas taxas de tarifas reduzidas, enquanto Brasil e Suíça viram aumentos.
Na entrevista à NBC News, Trump falou sobre a possibilidade de acordos comerciais futuros, mas a incerteza sobre o cenário tarifário continua a pairar. A China, que não foi inclusa na atualização das tarifas, possui um prazo separado até o dia 12 de agosto para chegar a um acordo comercial com os EUA. "É improvável que esta seja a palavra final no assunto, pois parece que outros países poderão firmar seus próprios acordos", escreveu Stephen Brown, economista do Capital Economics, em uma análise.
O relatório de empregos fraco também despertou preocupações sobre o impacto das tarifas na economia. Os dados de emprego atuais refletem um crescimento econômico mais lentificado, conforme indicado por Art Hogan, estrategista-chefe da B. Riley Wealth. Com a taxa de desemprego subindo para 4,2%, a expectativa por cortes nas taxas em setembro aumentou, apesar das declarações cautelosas do presidente do Fed, Jerome Powell. Chris Zaccarelli, CIO da Northlight Asset Management, destacou que o mercado pode conseguir "superar este relatório específico e continuar a subir," mas o dia seria "difícil" devido ao novo cenário tarifário e os sinais de desaceleração do mercado de trabalho.