Com apenas cem dias até o início da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, um documento assinado por representantes de 25 nações sugere que o evento pode ser transferido para outro local devido aos *altos preços de hospedagem*. A preocupação central é o possível cancelamento da participação de países em desenvolvimento, o que comprometeria a eficácia das deliberações.<\/p>\n
A situação em Belém é alarmante, com algumas diárias de hotéis saltando até dez vezes seu valor original, chegando a impressionantes US$ 2 mil por noite. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, reconheceu a revolta entre países em desenvolvimento e, diante da pressão, fez uma declaração negando um plano B para o evento. No entanto, se esse plano não existe, ele deve ser elaborado com urgência. Uma reunião de emergência convocada pela ONU para discutir a questão dos preços das acomodações culminou em um novo encontro agendado para 11 de agosto, destacando a necessidade de ação imediata.<\/p>\n
A Secretaria Extraordinária da COP30 afirma que um plano de acomodação está em andamento, priorizando as delegações para as negociações e anunciando a disponibilidade de 2.500 quartos a preços de até US$ 600. Contudo, essas informações não têm acalmado as autoridades internacionais que buscam garantias de hospedagem acessível.<\/p>\n
No ano passado, ao escolher Belém como sede da COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha consciência das limitações de infraestrutura da cidade. Embora o governo tenha tentado melhorias, a falta de uma rede hoteleira adequada persiste e a falha no planejamento é evidente. A lógica de acomodar cerca de 50 mil visitantes em uma cidade que carece desse tipo de infraestrutura levantou questionamentos sobre a viabilidade do evento.<\/p>\n
Alternativas propostas, como *dois navios de cruzeiro* para 6 mil pessoas, o abrigo de agentes da Polícia Rodoviária Federal em escolas e o uso de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida, não foram suficientes para reduzir os preços de diárias de hotéis nas proximidades. A situação se complica ainda mais com as obras de requalificação do aeroporto local. Comentando sobre a situação, especialistas sugerem que o Rio de Janeiro, com sua vasta capacidade hoteleira, poderia ser uma solução viável, dada a urgência para avaliar os riscos de uma COP30 com presença reduzida.<\/p>