O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, recentemente concedeu uma entrevista coletiva no Parque São Jorge onde abordou temas cruciais da atualidade do clube. Entre as questões discutidas, estavam a reforma estatutária, as investigações sobre o uso de dinheiro do Corinthians para gastos pessoais de ex-presidentes, e o impeachment de Augusto Melo, além de dívidas com torcidas organizadas.
Tuma enfatizou a necessidade do Corinthians se reerguer, afirmando: "O Corinthians precisa virar essa página, renascer das cinzas, precisa funcionar. Sabe por quê? Quero voar com águia, águia voa com águia. A gente quer ser um Flamengo, e vamos ser!" Essa declaração, feita durante a coletiva, ressoou nas redes sociais, gerando debate entre torcedores e imprensa.
O presidente do Conselho também prometeu agilidade na convocação de uma reunião para eleger um novo presidente caso Augusto Melo sofra impeachment na assembleia marcada para o dia 9. Ele declarou: "O mais rápido possível" ao ser indagado sobre a celeridade do processo.
Sobre as denúncias contra ex-presidentes, Tuma garantiu que a comissão jurídica do Conselho está investigando. Ele destacou que existem duas comissões de ética: uma focada nas investigações relacionadas à invasão do clube e outra trabalhando em casos diversos. "Tem muita coisa parada. O que é prioridade para a torcida pode ser diferente do que vemos aqui", disse ele, referindo-se à complexidade das investigações.
A proposta de encerramento do uso de cartões corporativos também foi discutida. Tuma afirmou que irá aconselhar a diretoria executiva a abolir esses cartões, considerando que o clube não possui regulamentos claros para seu uso. O lapso de regulamentação, que permite abusos, foi um dos pontos críticos abordados na coletiva.
"Não cabe ao Conselho Deliberativo fazer Boletim de Ocorrência", afirmou Tuma ao discutir se levaria denúncias à polícia, enfatizando a necessidade de cautela nas investigações. Ele também expressou seu desagrado com a pressão que as torcidas organizadas exercem sobre as decisões do clube, ressaltando os riscos que essa dinâmica representa.
Na coletiva, Tuma também comentou sobre a distribuição irregular de ingressos: "Nós detectamos que 8.200 ingressos estavam sendo distribuídos de forma irregular. Certamente, isso estava alimentando uma rede de cambismo, e por conta disso, o clube deixava de arrecadar cerca de R$ 1 milhão por jogo."
Além disso, ele rejeitou a ideia de que haja proteção a Andrés Sanchez em suas críticas a Augusto. Tuma ressaltou que, mesmo tendo sido adversário político de Sanchez, ele sempre teve respeito por ele. "Se eu imaginasse que o Augusto iria roubar o Corinthians, eu jamais teria desistido da minha candidatura", afirmou, referindo-se à sua decisão de se unir à oposição.
Por fim, Tuma abordou a possibilidade de migração do Corinthians para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ele rechaçou essa perspectiva, afirmando que o clube não nasceu para ser um instrumento de empresários e que esperava que o Corinthians renascesse imediatamente.
Corinthians