Em uma duríssima operação contra a fraude tributária, o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia foi preso no dia 12 de agosto de 2025, em São José dos Campos, São Paulo. Junto a ele, outras figuras importantes foram detidas, como Sidney Oliveira, proprietário da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. A investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aponta que o esquema de corrupção foi responsável por um desvio de cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
A investigação levou à apreensão de R$ 330 mil, aproximadamente US$ 10 mil e € 600 na residência de Marcelo, além de equipamentos eletrônicos, como celulares e notebooks. Em primeira análise, Marcelo era alvo de mandados de busca e apreensão, mas a descoberta do dinheiro resultou em sua prisão, autorizada pela Justiça.
A operação foi realizada em um apartamento localizado na rua José Augusto dos Santos, bairro Floradas, considerado um ponto de ligação com o auditor tributário. Trabalhando na Delegacia Regional Tributária de Osasco, Marcelo supostamente colaborava com o também preso Artur Gomes da Silva Neto, que era responsável pela fiscalização de tributos e controversamente enviou notificações fiscais direcionadas à Fast Shop, buscando que Marcelo intermediasse as questões fiscais.
A defesa de Sidney Oliveira destacou que, há alguns meses, ele havia firmado um acordo com o MP-SP, reconhecendo irregularidades e se comprometendo a regularizar a situação tributária, com valores parcelados. Por outro lado, a Fast Shop afirmou que está colaborando com as investigações, mesmo sem acesso ao conteúdo do inquérito até o momento. As tentativas de contato com os advogados de Mario Gomes e dos auditores presos não tiveram sucesso até a última atualização das informações.
A investigação ainda se estendeu a outros mandados de busca e apreensão em residências e empresas de outros envolvidos. A Secretaria de Estado da Fazenda já instaurou um processo administrativo para avaliar a conduta do auditor e solicitou informações ao MP-SP.
Segundo os promotores, o esquema consistia em manipular processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários em troca de subornos que eram pagos mensamente, através de uma empresa registrada em nome da mãe de Marcelo. Após meses de investigação, que incluiu análise documental, quebras de sigilo e interceptações, os crimes identificados incluem corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Secretaria da Fazenda se manifestou, reafirmando seu comprometimento ético e sua disposição de colaborar com as investigações, além de informar que está revisando processos e protocolos relacionados a questões tributárias.