O empreendedor e investidor Mark Cuban fez uma proposta ousada que pode impactar significativamente as práticas de recompra de ações no mercado americano. Em uma recente publicação na rede social X, Cuban argumentou que um aumento no imposto sobre as recompras de ações incentivaria as empresas a reinvestir na expansão de seus negócios ou a distribuir dividendos aos acionistas, especialmente para aqueles que podem não ter que pagar impostos sobre esses dividendos.
Cuban enfatizou que tal medida funciona como uma forma de "cobrar mais das maiores empresas públicas". Suas observações surgem em um momento em que se espera que as empresas americanas comprem de volta aproximadamente US$ 1 trilhão em ações em 2025, de acordo com previsões do Citi. O investidor destacou que a prática de recompra de ações, que reduz o número de ações em circulação e frequentemente eleva o lucro por ação, pode favorecer o crescimento a curto prazo em detrimento do investimento a longo prazo.
Em julho, as empresas americanas realizaram recompras que totalizaram 166 bilhões de dólares, marcando o maior total já registrado para esse mês. Isso elevou o total acumulado desde o início do ano para 926 bilhões de dólares, superando em 108 bilhões o recorde do ano anterior, conforme dados da Birinyi Associates, especialista em pesquisa de mercado.
Desde a implementação da Lei de Redução da Inflacão em janeiro de 2023, uma taxa de 1% sobre recompras de ações é aplicada a corporações de capital aberto. Cuban sugeriu que um aumento nessa taxa poderia direcionar as empresas a utilizarem o capital de maneira mais produtiva. Ele também mencionou que muitos lares casados que ganham menos de 94 mil dólares anual não pagam impostos sobre dividendos, enquanto acionistas mais ricos teriam que arcar com uma maior carga tributária.
Para combater a desigualdade de renda, Cuban também propôs que empresas que distribuem as ações recompradas entre todos os funcionários, desde estagiários até diretores executivos, seriam isentas do imposto mais elevado. Essa seria vista como um "primeiro passo" no combate à desigualdade de renda.
Além disso, o Citi previu uma tendência crescente de recompra de ações, especialmente em um cenário de correção de mercado, onde as empresas poderiam comprar suas ações a preços reduzidos. As grandes corporações, incluindo Apple, Alphabet e Nvidia, contaram com recompra de ações que somaram cerca de 190 bilhões de dólares no ano anterior. No entanto, os analistas de Wall Street têm alertado para possíveis correções no índice S&P 500, citando avaliações excessivas e incertezas econômicas que podem afetar o mercado.