Refúgios climáticos: uma solução para ondas de calor
Em resposta ao aumento das temperaturas extremas, cidades como Barcelona e Paris têm liderado a criação de "refúgios climáticos". Essas iniciativas visam proteger populações vulneráveis de ondas de calor, servindo como um exemplo inspirador para outras cidades na América Latina.
Crescimento das redes de refúgios climáticos
Desde 2020, Barcelona ampliou sua rede de refúgios climáticos de 70 para 401 locais, que incluem bibliotecas e parques climatizados. O conforto térmico e a infraestrutura adequada são essenciais para ajudar a população a lidar com as altas temperaturas, especialmente durante eventos climáticos extremos.
Pioneirismo na adaptação climática
A capital da Catalunha iniciou este projeto em 2019, estabelecendo locais climatizados a 26 °C, com acessibilidade, áreas de descanso e pontos de água. Um estudo da Universidade de Alicante estima que existem 2.122 refúgios climáticos em toda a Espanha, refletindo a urgência de políticas de adaptação às mudanças climáticas.
— Esses locais podem ser determinantes para salvar vidas e minimizar impactos à saúde de populações vulneráveis — afirma André Turbay, arquiteto e urbanista.
Iniciativas além da Europa
Enquanto Barcelona se destaca, Paris também implementou o programa "Oásis", transformando pátios escolares em áreas verdes. Essa abordagem visa criar espaços acessíveis para grupos vulneráveis e é parte de um esforço maior para mitigar os impactos das ondas de calor, especialmente após as recorrentes crises climáticas.
O papel da comunidade e o futuro
A importância dos refúgios climáticos vai além do alívio imediato; eles também promovem um senso de pertencimento e cuidado comunitário. Contudo, especialistas alertam que essa é uma medida paliativa, uma vez que não aborda as causas da mudança climática. O foco deve ser a criação de uma infraestrutura mais resiliente e sustentável.
O caminho para a América Latina
No contexto latino-americano, cidades como Medellín e Santiago já utilizam técnicas similares, criando corredores verdes e adaptando espaços públicos para melhorar a qualidade de vida durante os dias quentes. O Brasil, por sua vez, inicia suas experiências com refúgios climáticos, como o projeto de Belo Horizonte, que visa oferecer água potável gratuita durante os períodos de calor intenso.
As iniciativas de Barcelona e Paris não apenas oferecem um alívio temporário para os cidadãos, mas também estabelecem um modelo de políticas urbanas que outras cidades ao redor do mundo, incluindo na América Latina, podem seguir. O futuro das políticas climáticas depende do comprometimento com a continuidade e a expansão dessas soluções inovadoras.