A manipulação da opinião pública através das imagens
Imagens de desnutrição que circulam em torno do conflito em Gaza têm gerado intensos debates e alarmes mundiais, mas muitas delas retratam pessoas com condições médicas especiais, e não apenas fome. Essa distorção é um exemplo claro do uso da desinformação como ferramenta de guerra, principalmente por grupos como o Hamas, que manipula a opinião pública para obter apoio internacional.
Desinformação que esconde a verdade
Um estudo mais cuidadoso revela que a situação é complexa. As fotografias de crianças em situações críticas merecem uma análise que vá além da imagem. O jornal New York Times foi forçado a corrigir informações sobre uma criança, Mohammed Zakaria al-Mutawaq, que sofre de uma doença genética e não de desnutrição, mostrando como a realidade pode ser distorcida para favorecer narrativas específicas.
Outros casos emblemáticos
Além de Mohammed, a condição de Abdullah Abu Zarqa e Karam al-Jamal também foi mal interpretada. Ambos apresentavam doenças que fogem à questão da nutrição. Abdullah, de 4 anos, é afetado por uma doença genética que resulta na deficiência de vitaminas, enquanto Karam, de 27 anos, tinha distrofia muscular que impossibilitava sua alimentação adequada.
Ajuda humanitária comprometida
Apesar dessas realidades, Israel facilitou a entrada de mais de 90 mil caminhões de ajuda humanitária em Gaza, colaborando com organizações internacionais. No entanto, a distribuição efetiva dessa ajuda é frequentemente sabotada pelo Hamas, que desvia recursos essenciais, vendendo alimentos e serviços em troca de promessas de lealdade ao grupo. Esse problema reflete a complexidade do conflito, onde a ajuda humanitária é politizada e usada como arma de propaganda.
A ONU e o foco em Israel
É crucial observar também que Israel é alvo de mais de 70% das resoluções da ONU, mesmo enquanto genocídios em lugares como Iémen, Sudão e Síria permanecem em grande parte ignorados. Essa disparidade na cobertura e na atenção internacional levanta questões sobre o que realmente constitui um crime contra a humanidade.
O verdadeiro crime na guerra
As crianças de Gaza estão sob risco não apenas pelo conflito em si, mas pelo uso delas como escudos humanos pelas forças do Hamas. Este grupo teve a oportunidade de construir um futuro para as crianças palestinas ao longo dos 17 anos em que governou Gaza, mas optou pela violência e pela perpetuação do ciclo de terror. Com a divulgação de dados sobre mortos e feridos, a linha entre civis e membros do Hamas se torna nebulosa, especialmente quando muitos se disfarçam como socorristas ou representantes da mídia.
A responsabilidade pela paz em Gaza
A sociedade deve exigir transparência e responsabilização. As crianças de Gaza merecem um futuro melhor, acima de questões políticas e objetivos terroristas. O verdadeiro desafio é reconhecer que o sofrimento dos civis em Gaza é exacerbado por aqueles que optam por governar através do terror, não da esperança.
*Rafael Rozenszajn, advogado especialista em Direito Internacional, major da reserva e autor do livro “Guerra de narrativas”, é o primeiro porta-voz em português das Forças de Defesa de Israel.