O chanceler russo, Sergei Lavrov, destacou a importância de respeitar os “interesses de segurança” da Rússia nas atuais negociações de paz para a Ucrânia. Em um cenário onde Estados Unidos e países europeus avançam em possíveis acordos, Lavrov criticou o discurso ocidental, chamando-o de "balbucio infantil". Ele assegurou que o objetivo de Moscou não é a anexação de territórios, mas sim a proteção dos russos étnicos que vivem na Ucrânia.
Em declarações feitas ao canal de notícias Russia24, Lavrov se manifestou sobre a necessidade de que os “interesses de segurança” da Rússia sejam considerados, especialmente após afirmações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a possibilidade de um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Trump mencionou que discutiu garantias de proteção à Ucrânia contra novas invasões durante uma conversa com Putin.
Lavrov sublinhou que qualquer reunião entre os líderes precisa ser planejada com cautela, evitando que se torne um espetáculo midiático. Ele afirmou: "Não rejeitamos nenhuma forma de trabalho, nem bilateral nem trilateral. O importante é que o encontro não seja apenas um evento para ser noticiado na manhã seguinte".
Embora Kiev tenha demonstrado disposição para dialogar sem condições, Moscou adota uma postura mais cautelosa. Lavrov mencionou que Zelensky deveria considerar a revogação de leis consideradas discriminatórias contra os russos étnicos, embora não tenha especificado se isso seria uma condição prévia para um encontro. Ele enfatizou que respeitar os direitos humanos é fundamental para qualquer diálogo.
"Proteger a minoria étnica russa na Ucrânia foi uma das principais motivações da invasão", afirmou Lavrov, reforçando que a narrativa de anexação não reflete os reais interesses da Rússia. Ele criticou a arrogância dos líderes europeus na abordagem da crise, alegando que a falta de respeito pelos interesses da Rússia inviabiliza um acordo duradouro.
Durante sua entrevista, Lavrov chegou a descrever as críticas ocidentais como "infantis" e reiterou que a Rússia nunca anunciou a intenção de ocupar qualquer território ucraniano. Ele também reforçou a posição de que as discussões devem ser levadas a sério, e não tratadas de forma leviana.
Apesar de um clima tenso, ele mencionou uma interação mais leve com informações sobre um convite de Putin para que Trump visite a Rússia e uma anedota sobre a aceitação do seu moletom com símbolos soviéticos por autoridades americanas, reafirmando sua ligação histórica e cultural com a Rússia e a antiga União Soviética.