A tensão entre Estados Unidos e Venezuela atingiu novos patamares com a recente mobilização militar americana na região. O governo do presidente Donald Trump anunciou o envio de aproximadamente 4 mil soldados e três navios de guerra ao Caribe, reforçando a presença militar com o objetivo declarado de combater o narcotráfico.
No entanto, essa ação desencadeou uma forte resposta do governo venezuelano. Nicolás Maduro, em um discurso transmitido nacionalmente, prometeu mobilizar 4,5 milhões de milicianos chavistas, afirmando: "Defendemos nossos mares, nossos cujus e nossas terras. Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela." Essa escalada de ameaças ocorre em um cenário de longas décadas de hostilidade entre as duas nações.
Recentemente, Trump classificou o Tren de Aragua, da Venezuela, como uma organização terrorista, parte de uma estratégia que visa a desarticulação de cartéis de drogas que se alastram pelo continente. Em resposta à movimentação americana, Maduro ativou um plano que incorpora milícias em diversas áreas do país, incluindo fábricas e locais de trabalho, provendo armamentos para a chamada classe trabalhadora.
A mobilização militar americana segue uma longa história de atritos, já que Trump tenta reforçar sua imagem como um líder que combate o crime organizado. O governo dos EUA também divulgou planos para o uso de força militar em combate a cartéis de droga, assinando diretrizes secretas para operações no Caribe e ao redor da América Central.
As ameaças de uma ação militar mais agressiva têm gerado preocupações sobre um possível confronto. Enquanto isso, o governo venezuelano impediu a operação de drones no país, relembrando um incidente de 2018, onde um ataque com explosivos mirou diretamente em Maduro.
As relações diplomáticas entre Washington e Caracas se deterioraram ainda mais desde 2019, quando Trump reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Maduro, por sua vez, respondeu a essas acusações alegando que a política dos EUA apenas demonstra uma incapacidade de entender o povo venezuelano e suas aspirações por autonomia e soberania.
Ainda assim, a possibilidade de um conflito armado entre as duas nações é considerada improvável por muitos analistas, dada a diferença significativa em suas capacidades militares. Enquanto os EUA lideram o mundo em termos de poder bélico, a Venezuela possui uma força militar que pode ser considerada média. Mesmo assim, o governo americano continua a aplicar sanções estritas contra o regime de Maduro e mantém uma recompensa substancial por sua captura, intensificando o clima de hostilidade.
Com a situação evoluindo rapidamente, muitos aguardam as próximas ações que poderão determinar não apenas o futuro das relações entre EUA e Venezuela, mas também a estabilidade na região da América Latina como um todo.