O novo Ministro da Guerra dos EUA, Pete Hegseth, despertou controvérsias e inquietações ao convocar 800 oficiais em Quantico, onde fez um apelo por uma postura militar mais agressiva. Em sua fala, Hegseth criticou as "regras de engajamento politically correct" e enfatizou a necessidade de uma abordagem letal nas operações militares americanas, similar às estratégias da era de Donald Trump.
O discurso de Hegseth, que possui pouca experiência no campo de batalha, levantou questionamentos sobre a sua competência entre o alto comando das Forças Armadas. Durante suas palavras, ele afirmou que a missão militar deveria ser "desatar as mãos dos nossos combatentes para intimidar, desmoralizar, caçar e matar os inimigos", um argumento que traz ecos da militarização extrema que muitos temem.
Comparações com o passado sombriamente sutil foram feitas, lembrando o juramento que consolidou a lealdade cega a Adolf Hitler entre os militares alemães. Embora os oficiais em Quantico não tenham formalmente jurado lealdade, houve um eco de conformidade quando a retórica belicosa estava em voga, deixando uma atmosfera tensa e peculiar, uma vez que o pacote de exigências implícitas descortinava um controle rígido sobre as Forças Armadas.
Hegseth, que chegou ao cargo sob uma onda de apoio semelhante a Trump, possui um background como comentarista de televisão e tem apenas algumas meses de experiência militar real. Sua ascensão gerou descontentamento entre veteranos e oficiais de carreira, que veem sua designação como uma desqualificação do comando militar e um desvio perigoso do profissionalismo defensivo em favor da letalidade.
A retórica de Hegseth destaca uma dicotomia falsa que contrasta a letalidade militar com o profissionalismo, insinuando que as derrotas dos EUA nas últimas duas décadas são resultado de restrições nas regras de engajamento. Ele posiciona todos os presidentes desde 2001 como ineficazes, sugerindo que apenas uma abordagem mais agressiva poderia inverter a maré das derrotas.
O evento em Quantico, com Hegseth projetando uma imagem de força e domínio sobre o público, foi mais do que uma simples convocação. A encenação quase teatral refletiu um desejo de reafirmar uma nova era de militarismo, um espetáculo que, como observou o historiador Timothy W. Ryback, emula os traços de líderes que realizam ações consideradas insanas para demonstrar poder. Assim, permanece a dúvida: essa nova direção militar dos EUA é realmente uma evolução ou duplica os riscos já conhecidos da história?