Um esquema clandestino de coleta de sangue de gatos em Monte Alto, São Paulo, foi desbaratado após um anúncio nas redes sociais que oferecia R$ 50 a tutores dispostos a submeter seus animais ao procedimento. Na noite de sábado (4), três pessoas foram presas em uma residência onde pelo menos seis gatos foram encontrados desacordados em condições insalubres.
Guardas municipais, ao chegarem ao local, encontraram a situação alarmante. Os suspeitos, identificados como Cleiton Fernando Torres, Sandra Regina de Oliveira e Angela Aparecida Alves Ribeiro, foram detidos enquanto outros dois indivíduos, Everton Leite Silva e Jose Luiz de Lima, foram liberados após prestar depoimento.
Segundo informes, o anúncio postado em um status de WhatsApp dizia: “Oi, meus queridos irmãos e irmãs. Vocês que têm gatos, tem alguém que paga para tirar sangue de gato. Para cada gato, ela está pagando R$ 50. Vocês estão interessados de ganhar dinheiro? Só me avisar.” Essa divulgação chamou a atenção das autoridades e desencadeou a abordagem na residência.
Dentro da casa, as autoridades encontraram equipamentos de uso veterinário e frascos de sangue, além dos gatos desacordados. Todos os animais resgatados receberam atendimento veterinário após o ocorrido. A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente informou que uma das fêmeas resgatadas foi diagnosticada com FIV, também conhecida como Aids felina. A doença compromete o sistema imunológico dos gatos, tornando-os mais suscetíveis a outras infecções.
Durante as investigações, a principal responsável, Angela, alegou que a coleta de sangue era feita para ajudar outros gatos necessitados e disse não receber nada em troca. Cleiton confirmou que atuava como coordenador do procedimento, afirmando ser estudante de veterinária, enquanto falou-se que Everton e Jose eram auxiliares que recebiam diárias de R$ 100. Os detalhes exatos da operação ilegal ainda estão sob investigação.
As defesas dos acusados alegaram legalidade na prática de bancos de sangue para animais, questionando a existência de uma lei que proíba a coleta com fins terapêuticos. Eles argumentaram também que não haviam evidências de lesões ou sofrimento dos gatos, ressaltando a presunção de inocência dos envolvidos. O caso agora será aprofundado pelas autoridades competentes, que contarão com o apoio da perícia.