A direção nacional do União Brasil deve se reunir nesta quarta-feira (8) para avaliar a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino. O processo disciplinar, aberto em 30 de setembro, alega que o ministro desrespeitou orientações do partido, incluindo um ultimato para entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado Fabio Schiochet, relator do caso, sinalizou que a liderança da sigla não discutirá apenas medidas cautelares, mas a expulsão definitiva de Sabino. O partido havia determinado que integrantes deixassem seus cargos até 19 de setembro, com o não cumprimento sendo considerado infidelidade partidária.
O processo foi instaurado após uma denúncia recebida em 29 de setembro, que apontou que o ministro ignora os prazos estabelecidos pela legenda. Celso Sabino tem até esta segunda-feira (6) para apresentar sua defesa, conforme informado por Schiochet.
No final de setembro, apesar de comunicar que teria pedido demissão, Celso Sabino continuou à frente do ministério, participando de eventos com Lula e afirmando apoio ao presidente. Essa posição levou membros do União Brasil a acreditar que ele não tem a intenção de obedecer à ordem do partido.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos críticos da postura do ministro, manifestou apoio à expulsão e mencionou que o partido também poderá avaliar a dissolução do escritório estadual do União Brasil no Pará, que Sabino comanda. "Candidato sem partido é difícil", comentou Caiado, referindo-se aos planos de Sabino em concorrer a uma vaga no Senado.
Para que a expulsão aconteça, é necessário um amplo respaldo dentro da cúpula do União Brasil. Após a defesa, Schiochet emitirá um parecer recomendando a expulsão ou absolvição. A tendência é que sugira a expulsão, que poderá ser aprovada se três quintos dos membros do partido concordarem. Sabino já enfrentou situação semelhante em 2020, quando foi filiado ao PSDB, quando um processo de expulsão foi aberto, mas ele se desfilou com autorização da Justiça.
A possibilidade de ser expulso não implica na perda do mandato de deputado federal, de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso seja expulso, Celso Sabino poderá se filiar a outra sigla.
No entanto, em um recente evento ao lado de Lula, o ministro reafirmou seu apoio. "Nada, nem partido político, nem um cargo, nem ambição pessoal, vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará, presidente", declarou, indicando que, apesar do pedido de demissão, ele ainda deseja permanecer no ministério. Aliados de Sabino ressaltaram que ele vê a pasta como uma plataforma para uma possível candidatura ao Senado em 2026.