O partido Junts per Catalunya está exercendo pressão no Parlamento para obstruir a OPA (Oferta Pública de Aquisição) do BBVA sobre o Banco Sabadell. A iniciativa, liderada por Carles Puigdemont, visa forçar o governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez a intervir e bloquear essa operação financeira.
A discussão da OPA ocorre em um momento crítico, com a expectativa de que os acionistas do Sabadell se posicionem a favor da proposta do BBVA. A operação já é alvo de debates há mais de 16 meses e ganhou destaque nas discussões de política geral no Parlamento esta semana.
Junts propôs que o governo pressione a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) e o Banco da Espanha, com o intuito de dificultar a aprovação da OPA. O partido argumenta que, caso a OPA alcance 30% de apoio, mas não atinja 50%, isso permitiria ao BBVA fazer uma segunda oferta. Por isso, a proposta estabelece a exigência de que a operação hostil só possa avançar se contar com a aprovação de, pelo menos, 50% do capital social do Sabadell.
Entretanto, fontes próximas ao processo da OPA indicam que a proposta do Junts pode ter dificuldade em obter apoio, pois contraria as normas de concorrência da União Europeia. Este esforço do Junts visa refletir a resistência da Catalunha contra a ofensiva do BBVA, e defende que a independência operacional do Banco Sabadell é crucial para as pequenas e médias empresas na região.
Antoni Cañete, presidente da Pimec, pediu um "jogo limpo" aos acionistas do Sabadell e destacou a preocupação de várias empresas sobre o impacto que a OPA poderia ter. Ele enfatizou que, se a OPA se concretizar, isso poderá criar grandes dificuldades para empresários que buscam crédito.
A recente decisão de retornar a sede social do Banco Sabadell para a cidade de Sabadell foi vista como um sinal positivo tanto pelo governo quanto pelos setores empresariais. Salvador Illa, membro do partido PSC, expressou satisfação com a medida, reafirmando a busca pela normalidade na Catalunha após os turbulentos eventos políticos recentes.
No Parlamento, a votação de quinta-feira será crucial, e Junts espera apoio do Esquerra (ERC) para contestar a OPA. O ERC já havia mostrado rejeição anteriormente. A proposta de Junts também terá que vencer a resistência de partidos como o PP e a CUP, que se distanciaram dessa frente. Entretanto, mesmo unindo forças com os Comuns, Junts e ERC ainda não conseguem alcançar a maioria necessária para a proposta prosperar.
Além disso, na quarta-feira, acionistas minoritários do Sabadell se reuniram em frente à sede do banco para manifestar sua oposição à oferta do BBVA, argumentando que a proposta não reflete o verdadeiro valor do banco e de seus investidores.