No competitivo mercado de trabalho atual, muitos profissionais maduros estão considerando intervenções estéticas, como botox e plásticas, para aumentar suas chances de conseguir um emprego ou uma promoção. Uma pesquisa realizada pelo Centre for Ageing Better no Reino Unido revelou que uma em cada cinco pessoas acima dos 45 anos consideraria esse recurso caso acreditassem que isso pudesse ajudá-los em sua carreira.
O estudo indicou que cerca de 16% dos entrevistados relataram receber comentários inadequados sobre sua idade, o que evidencia a pressão enfrentada por essa faixa etária no mercado de trabalho. Além disso, uma das descobertas alarmantes é que um em cada três profissionais mais velhos se sente em desvantagem ao se candidatar a novas vagas. Essa sensação de limitação está se tornando comum entre aqueles que já possuem uma vasta experiência profissional.
Carole Easton, diretora executiva da campanha "Age without limits", descreveu a situação como "desanimadora". Segundo ela, muitos presumem que as políticas atuais de RH são suficientes para combater o etarismo, mas os dados e depoimentos coletados na pesquisa indicam uma realidade diferente. Um a cada quatro recrutadores revelaram que contratar um profissional acima dos 50 anos "não faz sentido comercial", pois a mão de obra mais velha é percebida como mais lenta e menos adaptável.
Além disso, um em cada cinco entrevistados acredita que treinar empregados mais velhos representa um desperdício de recursos. A falta de representatividade e os estereótipos negativos contribuem para que muitos profissionais qualificados enfrentem dificuldades em conseguir uma colocação no mercado.
“Os relatos de candidatos que foram ignorados em centenas de processos seletivos, apesar da vasta experiência, são um indicativo de que a idade é um fator de discriminação severo. Muitas pessoas sentem que os empregadores perdem o interesse assim que tomam conhecimento da idade do candidato”, lamentou Easton.
Para combater o etarismo, a campanha sugere algumas ações, como garantir que os eventos corporativos sejam inclusivos a todas as idades e enfrentar o idadismo em todos os níveis, desde a falta de representatividade até piadas etaristas. Outra sugestão é quebrar barreiras intergeracionais, promovendo o trabalho colaborativo entre colegas de diferentes idades, o que pode resultar em ganhos de produtividade e inovação nas equipes multigeracionais.