Crescimento da Energia Solar no Brasil
A energia solar tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente com o aumento da instalação de painéis solares em residências e empresas. Em 2022, essa tecnologia respondia apenas por uma fração da matriz elétrica brasileira, mas hoje já representa 18,2% da capacidade instalada de geração. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projeta que esse número suba para 24,2% até 2029. Essa modalidade, conhecida como Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) ou "energia de telhado", difere de fontes de energia solar centralizadas, que dependem de grandes usinas para a produção.
Autonomia e Retorno Financeiro
A popularidade da energia solar se deve em parte aos incentivos financeiros que tornam o investimento atraente. Segundo Barbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da Absolar, dependendo do valor da conta de luz, principalmente acima de R$ 250 mensais, a instalação de painéis solares pode ser financeiramente viável. Além de proporcionar economia, a energia solar concede mais autonomia ao consumidor e minimiza perdas, pois a geração ocorre próxima ao local de consumo.
Fatores para Considerar Antes da Instalação
Antes de optar pela instalação, alguns fatores devem ser avaliados, como a incidência solar na região e a condição estrutural do telhado. As placas solares pesam em média 20 quilos por metro quadrado, podendo exigir reforços na estrutura antes da instalação. Embora a casa não precise ser própria, se for alugada, a instalação é considerada uma benfeitoria, necessitando de acordo prévio com o proprietário.
Custo do Sistema Solar
O custo para instalação do sistema solar pode variar bastante. Em média, uma família de quatro pessoas pode gastar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Os preços dos painéis solares, em sua maioria importados da China, têm se tornado cada vez mais competitivos no mercado brasileiro.
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Geração de Energia e Armazenamento
Quando a energia é gerada durante o dia, a residência permanece conectada à rede elétrica, recebendo energia durante a noite sem interrupções. Existe também a opção de instalar baterias para armazenar a energia gerada, embora isso aumente o investimento inicial, podendo ser um diferencial dependendo do perfil de consumo da família.
Desafios do Sistema Energético Brasileiro
Com a crescente participação de fontes renováveis, surgem novos desafios, como o curtailment, que é a necessidade de reduzir a geração de energia mesmo em momentos de alta produção. O Brasil vive um paradoxo: em horas de excesso de geração, é preciso cortar a produção renovável e, em outros momentos, acionar usinas termelétricas, mais caras e poluentes.
A Energia de Telhado e sua Pertinência no Debate Energético
A MMGD tornou-se uma questão central no debate energético, pois seu crescimento é apontado como um dos fatores para os cortes de geração necessário para equilibrar oferta e demanda no país. A regulamentação atual classifica a MMGD mais como consumidora do que geradora. No entanto, especialistas do setor defendem que a culpa pelos cortes de geração não deve recair sobre os consumidores, mas sim sobre a falta de planejamento na expansão do sistema energético. Barbara Rubim enfatiza a necessidade de modernizar o sistema e integrar soluções de armazenamento. Ela questiona: "Ou a gente quer ficar preso no passado?".