A Justiça do Trabalho decidiu que o Volta Redonda deverá indenizar os pais de Eduardo Felipe de Araújo Lima, conhecido como Dudu, por negligência na morte do jogador da base em 2015. O tribunal determinou que o clube pague R$ 242,5 mil, valor que a família considera insuficiente e que já recorreu, buscando um montante de pelo menos R$ 590 mil.
Dudu deu entrada na Santa Casa de Ribeirão Preto com uma infecção generalizada decorrente de broncopneumonia, fato que culminou em sua morte aos 19 anos. A decisão, tomada em segunda instância pelo desembargador Enoque Ribeiro dos Santos, destaca que a "atitude negligente do empregador contribuiu diretamente para o trágico desfecho da relação empregatícia".
O valor estipulado pela Justiça inclui R$ 42,5 mil referentes a danos materiais, com R$ 2,5 mil destinados a despesas funerárias e R$ 40 mil como correspondente a um quarto da remuneração mensal de Dudu até os 35 anos. Além disso, foram determinados R$ 200 mil por danos morais.
Em nota, o presidente do Volta Redonda, Flávio Horta, manifestou que o clube foi intimado e reforçou a intenção de recorrer da decisão, pleiteando a manutenção da sentença inicial que havia isentado o clube de responsabilidade.
Os pais de Dudu, Eduardo Lúcio de Lima e Josicléia Leite de Araújo, entraram com a ação em 2017, alegando negligência médica e a falta de cuidado do clube. Segundo eles, Dudu começou a relatar dores e mal-estar no início de março, mas mesmo assim foi escalado para jogar em três partidas do campeonato, incluindo uma em que marcou dois gols.
"Eles falavam que era migué. Quando aplicaram uma injeção nele, deu ânimo. Mas, para piorar a situação, o colocaram para jogar debaixo de chuva", lamentou o pai, Eduardo Lúcio, em entrevista. Dudu foi liberado do clube para voltar a Ribeirão Preto no dia 8 de abril e, um mês depois, foi internado. Faleceu no dia 16 de maio, após duas semanas de tratamento na Santa Casa.