O investimento em Inteligência Artificial (IA) gera expectativas diferentes da bolha da internet, segundo Liz Ann Sonders, estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab. Em sua análise, ela destaca que, apesar de a atual onda de entusiasmo ser mais sólida que a do passado, ainda existem riscos significativos relacionados à possível desilusão dos investidores, impactando a economia já sob pressão.
A comparação revela que enquanto a bolha das empresas de tecnologia há 25 anos foi marcada por pequenas empresas em perda, os atuais líderes do setor de IA são gigantes consolidados, com balanços financeiros robustos e crescimento acelerado em receita e lucro. Recentemente, a Nvidia se tornou a primeira empresa a atingir uma capitalização de mercado de 5 trilhões de dólares, apoiada por receitas de 47 bilhões de dólares e lucro líquido de 26 bilhões de dólares no último trimestre.
Sonders ressalta que a enorme concentração de riquezas entre as grandes empresas de tecnologia traz um risco maior ao mercado acionário. "A exposição ao mercado de ações é maior do que nunca", afirmou, indicando que uma eventual queda dos mercados poderia desencadear uma retração do consumo, com os consumidores hesitando em gastar devido às perdas em seus portfólios.
Ela alertou para o perigo de que as empresas de IA não consigam cumprir as previsões de crescimento otimista, que têm impulsionado os preços das ações a níveis recordes. "O risco supremo é que as expectativas estejam muito altas", enfatizou Sonders, observando que uma leve decepção poderia provocar reações exageradas do mercado.
Adicionalmente, a analista comentou sobre a especulação em áreas de nicho como ações de memes e tecnologias emergentes, afirmando que isso a deixa "um pouco menos desconfortável" em relação à euforia dos investidores, pois impactos negativos nessas áreas não necessariamente afetariam o mercado como um todo.
Com relação à situação econômica atual dos Estados Unidos, Sonders opinou que a avaliação está complicando devido à paralisação do governo, que atrasou a divulgação de dados importantes. Ela observou um aumento da pressão sobre consumidores de baixa renda e sinais de um mercado de trabalho em desaceleração, o que poderia comprometer o crescimento econômico. Ela destacou: "Não está gritando que uma recessão é iminente", mas, os investidores devem estar atentos ao enfraquecimento do mercado de trabalho.